Rio -  O hábito de consumir bebida alcoólica na gravidez eleva o risco de problemas de concentração e dificuldade de aprendizado na criança em idade escolar. É o que indicapesquisa sobre o tema realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
De acordo com o estudo, feito pela psicóloga Luciana Inácia de Alcântara, crianças em idade escolar cujas mães relataram beber uma quantidade de três ou mais doses de álcool eventualmente (por cerca de 10 dias) durante toda a gestação tiveram uma pontuação média menor em testes de avaliação cognitiva. Os meninos também apresentaram alterações de comportamento, segundo Luciana.
Para a pesquisa, Luciana entrevistou pais e cuidadores de 86 crianças entre 8 e 9 anos. O desenvolvimento cognitivo está relacionado à abstração, atenção, linguagem, função executiva, concentração, memorização e ao julgamento crítico. “Mesmo em uma amostra relativamente restrita de mães e crianças, e com dados por vezes conflitantes em relação ao consumo de álcool durante a gravidez referido pelas entrevistadas, foram observadas alterações cognitivas, inclusive quando o consumo de álcool era leve e moderado”, disse a pesquisadora à Agência USP.
Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (de 2005) apontam que 5,7% das mulheres consomem bebida alcoólica. Mas este índice pode ser maior. Um outro levantamento (de 2007) feito pelo grupo de pesquisa em Ribeirão Preto indica que 22% das mulheres bebem álcool na gravidez.

O dano mais grave conhecido do consumo de bebida alcoólica na gestação é a Síndrome Fetal do Álcool, que se caracteriza por retardo no crescimento e problemas comportamental e cognitivo.