Rio -  A falta de água do Rio e da Baixada Fluminense causada por interrupções de energia na Estação Guandu ainda atinge alguns bairros nesta terça-feira. Mas, de acordo com a Cedae, 85% do abastecimento foi restabelecido.
Segundo a empresa, bairros que ficam nos pontos finais do abastecimento são os mais prejudicados com a falta d'água, como Recreio, Leme, na cidade do Rio, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Bairros que ficam em pontos elevados, como o alto da Tijuca, também estão sem água.
Muitos leitores ainda reclamam através do Twitter que estão sem água. O prazo para o abastecimento ser completamente normalilzado é até esta quarta-feira.
Rio na seca até quarta-feira
Alerj, escolas, comércio e moradores de vários bairros do Rio ficaram sem água ontem. Até o Hospital Souza Aguiar adotou medidas preventivas para não ficar com as bicas totalmente secas. A falta d’água na cidade e na Baixada Fluminense foi causada por quatro interrupções de energia na Estação de Tratamento de Água do Guandu, que prejudicaram o abastecimento.
Sem água, a Alerj suspendeu o atendimento e adotou ponto facultativo para os deputados estaduais | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Sem água, a Alerj suspendeu o atendimento e adotou ponto facultativo para os deputados estaduais | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Apesar do problema se repetir há anos quando ocorre corte de luz, a Cedae não tem plano de emergência para evitar que a população seja atingida. A situação só deve ser normalizada quarta-feira.
A estação do Guandu atende a capital e 80% da Baixada. Foram atingidos bairros de Duque de Caxias e, no Rio, São Cristóvão, Centro, Santa Teresa, Barra e Jacarepaguá. O expediente da Alerj, no Centro, foi encerrado mais cedo: “Foi quase impossível trabalhar”, disse o deputado Marcelo Freixo (Psol). O Souza Aguiar recebeu carros-pipa.
Várias escolas ficaram fechadas devido ao problema. A Secretaria de Educação informou que, nos dias em que o abastecimento estiver prejudicado, cada diretor avaliará as condições e terá a liberdade de não abrir as portas. Para o comércio, o problema foi sentido no bolso: em vários pontos, bares e restaurantes fecharam cedo. “Estou lavando pratos com o que estoquei em baldes e sirvo cerveja em copos plásticos”, disse Manoel David, dono de um bar em São Cristóvão.
Dono de bar em São Cristóvão teve que lavar louça com água estocada | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Dono de bar em São Cristóvão teve que lavar louça com água estocada | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Moradores que não ficaram totalmente de bicas secas começaram a racionalizar. O síndico de um prédio na Rua Barão do Flamengo, por exemplo, desligou o fornecimento pela manhã para que não faltasse água no horário de pico: “Se a Cedae comunicasse com antecedência, poderíamos nos programar”, reclamou Sérgio Mol.
Solução para o problema, só em 2014
Representantes da Light e da Cedae apresentaram ontem um plano para evitar que ocorram novos acidentes no tratamento de águas do estado. Os dois ramais de energia que atendem à Cedae serão interligados a um novo terminal, que está sendo construído em Nova Iguaçu. Além disso, as linhas de energia da principal bomba do Rio Guandu serão ligadas ao sistema Zona Oeste, considerado mais potente.
As medidas devem ser concluídas em fevereiro de 2014. A Cedae informou também que não há um plano emergencial para esse tipo de pane. Segundo a empresa, apenas uma outra hidrelétrica daria conta da demanda energética que o tratamento de águas do estado necessita.
Carros-pipa mais caros
A falta d’água no Rio de Janeiro em um dia em que os termômetros marcaram até 40° fez com que a procura por carros-pipa aumentasse, em média, 20%. O preço, é claro, aumentou cerca de 25% nas empresas da capital.
Em Caxias, vários moradores do bairro Vila Guanabara não tiveram água nem para tomar banho ou cozinhar porque foram pegos de surpresa com a falta d’água. Mas engana-se quem pensa que o dia foi de fartura e ganhos exorbitantes para os empresários do setor: “O nosso fornecimento também vem do Rio Guandu. Passamos cinco horas do dia sem abastecimento e sem conseguir realizar nosso serviço”, disse Cláudio Lopes, um dos sócios da Celular Pipa D’água.