Estados Unidos -  O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn pediu nesta terça-feira à justiça francesa que proíba a publicação do livro "Belle et Bête" (A Bela e a Fera) da escritora Marcela Iacub, por se tratar de um texto "desprezível" que se aproveita da sua vida privada e familiar.
Na audiência perante a juíza Anne-Marie Sauteraud, o ex-ministro francês de Economia argumentou que o livro, em que Iacub relata sua relação sentimental com DSK, se beneficia de "a devastação" de sua vida privada. Strauss-Kahn, que tenta que a Justiça impeça que o livro seja vendido a partir de amanhã na França, disse estar "horrorizado" pela maneira "desonesta" que Iacub utilizou para escrever um relato sobre "um homem que já está em frangalhos".
"Essa questão vai muito além de mim", afirmou o economista perante o tribunal, onde criticou as práticas de jornalistas e editores "dispostos a qualquer coisa para fazer dinheiro". Marcela Iacub, pesquisadora de filosofia do direito e colunista nascida em Buenos Aires em 1964, encontrou Strauss-Kahn no final de 2011, após ter publicado um livro em que defendia o ex-diretor do FMI no meio do furacão de acusações de abuso feitas pela empregada do Sofitel.
A partir de janeiro de 2012, os dois tiveram uma relação que durou sete meses, sobre a qual a escritora tirou o polêmico livro no qual descreve o ex-presidente do FMI como "meio homem, meio porco". "O homem é horrível, o porco é maravilhoso, apesar de ser um porco - ou seja, um ser intratável. É um artista dos esgotos, um poeta da abjeção e da sujeira", descreve a escritora em entrevista publicadas na semana passada pelo jornal "Le Nouvel Observateur".
Iacub também ataca Anne Sinclair, ex-mulher de Strauss-Kahn. Segundo a ensaísta, Sinclair "está convencida de que tanto ela como seu marido pertencem à casta dos donos do mundo". O advogado de Strauss-Kahn, Jean Veil, leu diante do tribunal um e-mail que Iacub enviou a seu cliente em que lhe pedia "perdão" e no qual argumentava que tinha sido "usada".
Embora o texto não mencione em nenhum momento DSK, Iacub reconheceu ao "Nouvel Observateur" que o livro tratava sobre o ex-diretor do FMI e que a narração incluía elementos de ficção. A última vez que os juízes franceses vetaram a edição de um livro foi em 1996, quando proibiram a publicação de um texto sobre o estado de saúde do ex-presidente François Mitterrand, dois dias após sua morte. O livro foi finalmente publicado em 2005.
As informações são da EFE