Rio -  A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou ontem o projeto de lei que reajusta em 10% as faixas do piso regional do estado. A correção é retroativa a 1º de janeiro e beneficia dois milhões de trabalhadores da iniciativa privada. O salário das domésticas sobe para R$802,50. A proposta vai agora à sanção do governador Sérgio Cabral.
Suelem de Souza defende que os patrões assinem a carteira de trabalho | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Suelem de Souza defende que os patrões assinem a carteira de trabalho | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
O índice é um ponto percentual acima do que o proposto pelo Executivo. Assim, a Faixa 1 (trabalhadores rurais) passa de R$693,77 para R$ 763,14. Já a Faixa 2, das empregadas domésticas — as mais beneficiadas com o piso — vai de R$ 729,58 a R$802,53. A última faixa (trabalhadores de nível superior) chega a R$2.047,58 (veja tabela ao lado).
PRESTADORAS DE SERVIÇO
Das 67 emendas ao projeto original, apenas três foram aprovadas. A mais significativa determina que as empresas prestadoras de serviço para o Executivo, Legislativo e Judiciário devam seguir o piso regional ou fixados “a maior” para opagamento de funcionários.
Secretário da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Indalécio Wanderley contestou o índice de 10%. No início da discussão, os trabalhadores reivindicavam um reajuste de 20,5% para recompor as perdas salariais. Depois, concordaram em aceitar 12% de reajuste. “Estamos insatisfeitos como o índice rebaixado”, reclamou Indalécio após a votação na Assembleia.
A doméstica Suelem Aparecida de Souza, 27 anos, diz que os deputados deveriam exigir que os patrões assinassem a carteira de trabalho das empregadas domésticas. Para ela, o reajuste traz mais prejuízos do que benefícios para a categoria: “O reajuste causará demissões e os patrões vão continuar não assinando a carteira de trabalho. Muitos não vão querer pagar o novo piso salarial”, afirma.
Veja tabela de salários:
Foto: O Dia
Tabela: O Dia