Rio -  Em um período considerado morno para o comércio de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, as grandes redes de varejo no Rio apostam alto nas ofertas, saldões e queimas de estoques com até 80% de desconto. Ou ainda: na compra de um produto, o cliente ganha outro. Atrativos suficientes para atrair os consumidores atolados no pagamento de impostos nesta época do ano ou até quem se recupera dos gastos no Natal.
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Na rede Ricardo Eletro, que ontem fez ampla queima de mostruário. O preço de um liquidificador por exemplo, de R$79,90 caiu para R$19,90 (75% mais barato), enquanto uma centrífuga de alimentos saiu de R$ 139 para 29,90 (78,5%). Até um eletrodoméstico de luxo, como a geladeira side by side (de duas portas) de R$ 4.500, entrou na conta e, com 38% de desconto, o preço caiu para R$ 2.800.
Apesar das ofertas anunciadas durante todo o ano, as Casas Bahia apostam até amanhã em estratégia diferente. Em vez de descontos, o grupo varejista oferece um segundo produto para o cliente. Por exemplo: na compra de um computador de R$ 1.700, o consumidor leva impressora multifuncional de R$ 250.
O aposentado Sérgio Maurício pagou R$ 699 por cada um dos dois ar-condicionados que comprou. Até a semana passada, cada um custava R$ 905 (R$ 412 a menos na conta).“Comprei dois aparelhos. O desconto veio em boa hora”, afirmou o aposentado.
“Estou de mudança e com dívida, mas quero aproveitar o desconto”, disse a servidora pública Raquel Oteri.
VAREJO COMEMORA
Com a loja cheia em plena última segunda-feira do mês, Edésio Coelho, gerente da unidade da Ricardo Eletro em Vila Isabel, celebrou o saldão. “Conseguimos bater a meta de vendas do dia bem antes do fim do expediente”, comemorou.
CONDIÇÕES
Na Ricardo Eletro, a promoção alterou as condições de pagamento dos produtos. Normalmente, o item de R$ 100 é parcelado em até dez vezes sem juros. Agora, com desconto, ele tem que ser pago à vista. Se parcelar, o juro será incorporado. Nas Casas Bahia, no entanto, o pagamento no carnê, com a primeira parcela vencendo em maio, foi mantido mesmo na campanha ‘Comprou, ganhou’.
ATENÇÃO REDOBRADA
Especialista em varejo, o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), admite que o momento é favorável para aproveitar as liquidações e promoções-relâmpago da época. “Em dezembro, quando o trabalhador tem o 13º, as lojas não fazem promoção por causa do embalo do Natal. Mas em épocas em que não há grande impulso e é preciso pagar IPTU, IPVA e IR, sem dúvida é mais difícil vender. Aí surgem boas oportunidades para o consumidor”, explica.
SEM IMPULSO
É preciso ter cuidado. “Investigue o que você quer comprar. Questione o vendedor e busque informações corretas. Nunca vá por impulso pela oferta”, acrescenta Vinícius Leal, advogado do Procon.