Complexo do Alemão não quer saída de capitão da UPP
Numa manifestação atípica, moradores dos morros do Adeus e da Baiana, protestaram contra a saída do comandante Apolinário, que deixou a UPP
POR FLAVIO ARAÚJO
É o caso do capitão Vinícius Apolinário que, em pouco menos de um ano na UPP Adeus/Baiana, no Complexo do Alemão, conseguiu oferecer futebol, balé, ginástica para idosos, capoeira, kickboxing e até doação de cadeiras de rodas e cestas básicas aos mais pobres.
Ato ocorreu em frente à CPP: lamentaram a transferência do oficial que conquistou a população com benefícios | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
‘Caveira’ assume
Ela e cerca de 20 moradores esperaram ontem para serem recebidos por um representante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora. “Chegamos aqui às 8h da manhã e ainda não nos atenderam”, disse a dona de casa Maria de Fátima Leite da Costa, de 40 anos, por volta das 13h desta segunda-feira.
Os moradores queriam se reunir com o comandante da CPP, coronel Paulo Henrique Moraes, e o novo chefe da UPP Adeus e Baiana, capitão Paulo Ramos, oriundo do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
“Se a ‘chapa está quente’ lá na Vila Cruzeiro, por que não indicam o capitão Ramos para lá, já que ele é caveira (do Bope)?”, questionava a secretária da tesouraria da associação de moradores local, Amanda Alessandra dos Santos, de 24 anos.
No meio da tarde, os moradores conseguiram conversar com a major Carla Martins, coordenadora da Articulação Comunitária do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora. Ela prometeu ao grupo que os projetos sociais existentes atualmente serão mantidos nos morros do Adeus e Baiana.
Ataque a contêineres de madrugada
Depois da prisão de dois suspeitos com uma carga de drogas (153 sacolés de cocaína, 15 trouxinhas de maconha e oito pedras de crack), o contêiner da UPP Alemão, perto da Pedra do Sapo, foi atacado na madrugada desta segunda-feira. “Foram muitos tiros”, relatou um morador.
Policiais que estavam de plantão no local pela manhã temiam por represálias dos traficantes. “Estamos abandonados aqui. Não temos como nos defender se o ataque for mais intenso do que esse que ocorreu de madrugada”, relatou um PM que pediu anonimato.
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