Cristina Kirchner pede interferência do papa Francisco na questão das Ilhas Malvinas
Londres não espera que papa Francisco se envolva na disputa pelas Malvinas
Com chapéu elegante, Cristina Kirchner é a primeira chefe de Estado a se encontrar com papa Francisco | Foto: EFE
"Pedimos ao papa Francisco que interceda para que o diálogo entre o Reino Unido e a Argentina tenha mais espaço. É imperativo que todos os países começem a usar as múltiplas resoluções de que a ONU [Organização das Nações Unidas] dispõe”,disse Cristina.
Para a presidenta, a possibilidade de o papa, que nasceu na Argentina e foi arcebispo de Buenos Aires, interceder é única."Esta é uma oportunidade histórica e favorável para os governos democráticos na Argentina e no Reino Unido buscarem o diálogo.”
Desde o século 19, a Argentina e o Reino Unido disputam a soberania das Ilhas Malvinas. Atualmente, os britânicos detém o domínio. Mas os argentinos contam com o apoio do Brasil e de outros países sul-americanos para retomar as discussões sobre o tema.
Segundo Cristina Kirchner, a Argentina é um país que pacífico, sem ameças de natureza bélica. Ela se disse surpresa ao ouvir do papa Francisco a expressão “Pátria Grande”, também usada por José Martín e Símon Bolívar, defensores da união dos países latino-americanos. “Eu fiquei impressionada. Temos de redobrar nossos esforços [nesse sentido]”, ressaltou.
No encontro de hoje, a presidenta presenteou o papa com um pacote de erva-mate, açúcar e uma garrafa térmica – usados na preparação do chimarrão argentino, chamado simplesmente de "mate". Francisco retribuiu dando a Cristina um quadro com uma reprodução da Praça de São Pedro. A delegação argentina reúne 19 autoridades, uma das maiores para a missa de inauguração do pontificado de Francisco.
Londres não espera que papa Francisco se envolva na disputa pelas Malvinas
Malvinenses mostraram seu lado mais patriótico, na última semana, ao saírem para votar no referendo convocado pelas autoridades locais para que expressem sua opinião sobre se desejam continuar como território do Reino Unido | Foto: EFE
O porta-voz frisou que quase cem por cento dos moradores das ilhas votaram para continuarem sendo britânicos. A consulta "enviou uma clara mensagem a todo o mundo de que os ilhéus querem seguir sendo um território britânico em ultramar", concluiu o funcionário. Por sua parte, o escritório em Londres do governo das Malvinas disse à Agência Efe que não vê um vínculo entre a disputa sobre as ilhas e o fato do novo papa ser argentino.
"A nomeação do papa não tem nada a ver" com a relação das Malvinas com a Argentina, disse o porta-voz. Em Roma, a presidente argentina contou que em sua primeira audiência com o pontífice pediu a ele que interceda para abrir um diálogo entre o Reino Unido e Argentina sobre as ilhas Malvinas.
A presidente, que almoçou hoje com o papa Francisco, explicou após a reunião que abordou com o pontífice "um tema muito delicado para os argentinos" e que solicitou "sua intermediação para conseguir o diálogo na questão das Malvinas".
Com informações são da EFE e da Agência Brasil
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