Contagem (Minas Gerais) -  O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, começou a falar aos jurados pouco depois das 16h desta quinta-feira, quarto dia de julgamento do caso Eliza Samudio no Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, e atacou a todo momento o Ministério Público, chegando a deixar um pouco de lado a defesa direta do réu.
Logo no início, o defensor do jogador espetou o promotor Henry Wagner Vasconcelos: "Queria deixar claro, excelência, que descobri hoje que a minha admiração pelo Ministério Público de Minas Gerais não se estende a todos. Fica aqui meu protesto, doutores advogados. A advocacia não é uma prostituta escarlate", atacou.
Lúcio Adolfo reclamou dos autos do processo, das investigações e da promotoria de Justiça até o final de sua fala. Antes de encerrar, o advogado desafiou o MP. "Então, meus senhores, eu não tenho que provar nada. O senhor promotor só quer ficar bonito na TV. Provar, não".

Dia decisivo para Bruno

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Bruno decide falar novamente
Adolfo também acusou o MP de ter feito um acordo com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, quando ele confessou, em novembro, ter participado do assassinato de Eliza em junho de 2010. "Uma negociação atrás das câmeras", debochou. Macarrão, aliás, virou alvo do advogado, que tentou atacar o amigo de infância de Bruno. "Se dois amigos decidem roubar um banco e um deles mata o gerente, eles são julgados igualmente?", perguntou.
Aos jurados, o defensor fez questionamentos sobre a ida de Eliza Samudio para Minas Gerais e sobre o dinheiro que a amante pedia a Bruno, referente ao filho dos dois, Bruninho. "Eliza queria dinheiro. E Bruno prometeu dinheiro. Ela não queria esperar até o dia seguinte para pegar o dinheiro. Ela queria ir para Minas Gerais para festejos com o time 100%. Pensei com meus botões: foi sequestro. Que idiotice é essa de dois carros para fazer esse sequestro? Bruno me respondeu que ela queria ir para o sítio para pegar o dinheiro", explicou Lúcio Adolfo.
Com mais de uma hora de argumentos, o advogado distrubuiu fitas pretas aos jurados, com autorização da juíza Marixa Rodrigues e dispara: "A Justiça é cega. Imaginem se os senhores fossem juízes, sem olhar o poder e a simpatia do Ministério Público, e olhem o processo. Os senhores estão absolutamente certos? Então condenem. Se você tiver dúvida, denuncie. Eles não têm prova contra Bruno".
Palhaço tenta falar, sem sucesso, com advogado de Bruno, Lúcio Adolfo | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Palhaço tenta falar, sem sucesso, com advogado de Bruno, Lúcio Adolfo | Foto: Alexandre Brum /Agência O Dia
Advogado contraria previsões e reafirma que Bruno não é mandante do crime
O advogado Lúcio Adolfo, que defende o goleiro Bruno, sustentou a tese de que o jogador não foi o mandante do assassinato da ex-modelo Eliza Samudio.
Em sua defesa, nesta quinta-feira, no Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, o advogado contrariou as previsões de que poderia fazer um acordo com a acusação para que Bruno tivesse a pena reduzida, mediante uma confissão.
O defensor também negou que Eliza tenha sido levada do Rio para Minas na condição de sequestrada.
Bruno chega para o quarto dia de julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Bruno chega para o quarto dia de julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
"Por quantos pedágios os carros passaram até chegar a Minas, todos eles com câmeras, filmando a ação? Que sequestro é esse?", questionou o advogado.
"Eliza queria dinheiro e Bruno prometeu dinheiro. Ela não queria esperar até o dia seguinte para pegar o dinheiro. Ela queria ir para Minas Gerais para os festejos com o time 100%. Pensei com meus botões: foi sequestro. Que idiotice é essa de dois carros para fazer esse sequestro? Bruno me respondeu que ela queria ir para o sítio para pegar o dinheiro", disse ele.
Lúcio adolfo afirmou também 330 páginas foram extraviadas do processo e que o escrivão responsável se recusou a lhe dar uma certidão que registrasse o fato. Segundo o advogado, depois de sua reclamação, as páginas foram encontradas com incrível rapidez.
Promotor pede aos jurados a absolvição de Dayanne
Após cerca de duas horas de pronunciamento no Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, nesta quinta-feira, o promotor Henry Vasconcelos pediu aos jurados a absolvição de Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro Bruno, que responde pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho.
"Para finalizar, peço a vossas excelências que absolvam Dayanne, pois ela estava sob constrangimento causado por Zezé (ex-policial acusado de participaçao na morte de Eliza Samudio), o que não a permitia agir dentro da lei", disse o promotor.
Ao ouvir Henry Vasconcelos, a ex do goleiro chorou muito, enquanto os advogados de defesa da ex-mulher do goleiro comemoravam. "Dayanne foi manobrada por aqueles marmanjos. Bruno deixou a mãe de suas filhas à mercê de Zezé. E também não atendeu suas ligações quando ela estava na delegacia. Ora, é um homem ocupado, que não pode fazer exame de DNA, que não poderia atender Dayanne", encerrou a promotoria.
Em seguida, José Arteiro, assistente de acusação e advogado da família de Eliza Samudio, pediu a palavra e afirmou aos gritos: "Bruno é o mentor da morte de Eliza".
Arteiro pediu para os jurados pensarem em suas mães, irmãs, esposas na hora de decidir a condenação do goleiro. "Dona Sonia (mãe de Eliza), praticamente uma idosa, é que está cuidando de uma criança de quem tiraram o direito de ser amamentada, porque mataram a mãe dela", disse, batendo na mesa repetidamente.
Se dirigindo ao júri, ele disse ainda: "Os senhores querem ser marcados como jurados que absolvem bandidos, canalhas, sem vergonha".
A mãe de Eliza Samudio, Dona Sônia de Fátima Moura, disse não concordar com o pedido de absolvição de Dayanne feito pelo promotor Henry Vasconcelos. "Não é possível. Ele se enganou. Dayanne não pode ser absolvida", disse ela.