Rio -  A epidemia de dengue começa a superlotar as unidades de saúde do Rio. Na UPA da Praça Saens Peña, na Tijuca, pacientes ficaram mais de dez horas na fila nesta quinta-feira, aguardando para realizar um exame de sangue capaz de detectar a doença.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), responsável pela unidade, admitiu que a UPA da Saens Peña está com uma demanda 75% acima da capacidade de atendimento.

“Quando perguntamos o motivo da demora, respondem que não estão faltando médicos, que é assim mesmo”, criticou a dona de casa Carla Rocha, 30. Ela esperou das 8h da manhã às 18h com a filha, Andréia, de 8, pelo exame. “Só para sermos atendidas e pedirmos o serviço, demorou mais de 5h, agora espero pelo exame e, depois, pelo resultado”, relatou.
Foto: João Laet / Agência O Dia
Com lotação devido à dengue, outros atendimentos foram prejudicados | Foto: João Laet / Agência O Dia
Com a superlotação em função da dengue, outros atendimentos também foram prejudicados. Cristiane Rafaela da Silva, 25, esperou parte da manhã e a tarde inteira por uma consulta com otorrinolaringologista.

“A unidade está sempre operando lotada, o serviço não consegue dar conta da população”, queixou-se Maria Vieira, de 70 anos. A SES alegou que a UPA recebe, atualmente, 700 pessoas por dia e que ninguém deixa de ser atendido.

Baixada em estado de alerta

A Baixada Fluminense está em estado de alerta. A epidemia de dengue que já assola 35 municípios do estado pode chegar à região nas próximas semanas.

Vários hospitais já registram aumento considerável no número de casos confirmados e as secretarias municipais de saúde, em parceria com a SES, montaram uma força-tarefa.

Para diagnosticar a doença e reduzir riscos de agravamento, oito centros de hidratação foram instalados em hospitais e postos de saúde da Baixada.

Em São João de Meriti, onde 195 casos já foram confirmados, e em Duque de Caxias, onde 82 pessoas já foram diagnosticadas, mais de mil agentes de saúde trabalham realizando o combate aos focos e às larvas do mosquito.