Rio -  O Brasil está se empenhando cada vez mais em campanhas que façam a população abrir os olhos para a importância de cuidar melhor da saúde. Nesse cenário, só podemos elogiar as iniciativas, por exemplo, de prevenção à Aids, ao câncer de mama e de vacinação contra a gripe. Mas o país ainda pode e deve fazer muito mais. Prova disso é o levantamento recente de que o tratamento da obesidade e de doençasrelacionadas ao excesso de peso gera custo de R$ 488 milhões por ano ao governo.
Ainda é mais alarmante verificar que a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. Isso significa dizer que a população não está cuidando bem da própria saúde. Dedução esta que já estava presente em 2011, quando a Organização Mundial da Saúde divulgou que as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço das mortes no Brasil, sendo a principal causa de óbito no país. E a obesidade é um dos principais fatores que elevam o risco de surgimento de problemas de circulação e coração.
O caminho para modificar esse cenário passa principalmente pela prevenção, que não pode se resumir apenas a campanhas educativas sobre alimentação saudável. Estresse, depressão e disfunção hormonal são outros fatores que podem interferir no peso das pessoas. Por isso a importância de se ir regularmente ao médico, único profissional que pode diagnosticar a causa da obesidade. A visita evita futuras consultas e economizagastos com remédios. Para o governo, resultaria em economia nos cofres públicos, já que a melhora na qualidade de vida diminui a incidência de diversas doenças, esvaziando, assim, hospitais e postos de saúde.
Médico do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara