Vaticano - Em missa inaugural que marca o início do pontificado do argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, nesta terça-feira, o cardeal protodiácono Jean-Louis Tauran colocou no pontífice o pálio, antiga insígnia episcopal, e o cardeal decano Angelo Sodano fez o mesmo com o anel do Pescador.
Missa celebrada nesta terça-feira marca o início do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos | Foto: EFE
Missa celebrada nesta terça-feira marca o início do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos |Foto: EFE
O pálio é uma estola confeccionada com lã de cordeiro que simboliza o pastor que cuidadas suas ovelhas. Ele mede 2,60 metros de comprimento e 11 centímetros de largura. Sobre o pálio foram colocadas cinco cruzes vermelhas, que lembram as cinco chagas de Cristo, com alfinetes, simbolizando os cravos da cruz. Por fim, o tecido tem detalhes negros, lembrando a pata do cordeiro.
O anel do Pescador, em prata dourada, leva uma imagem de Pedro com as chaves e jogando as redes para pescar. Francisco o usará até sua morte ou renúncia, quando o camerlengo irá retirá-lo antes de amassar ou anular a fim de que ninguém possa usá-lo e também para simbolizar o final do pontificado.
Depois aconteceu o rito da obediência. Seis cardeais - dois da ordem dos bispos, dois da dos presbíteros e dois da dos diáconos - em nome dos 207 que formam o Colégio Cardinalício demonstraram obediência ao novo papa. Trata-se dos purpurados Giovanni Battista Re e Tarcisio Bertone, pela ordem dos bispos; Joachim Meisner e Ricardo Vidal, pela dos presbíteros; e Renato Martino e Francesco Marchisano, pela dos diáconos.
A missa, no dia de São José, padroeiro da Igreja, é oficiada pelo papa Francisco e concelebrada por todos os cardeais. As leituras foram feitas em inglês e espanhol, o Evangelho, em grego, e a comunhão foi dividida por 500 sacerdotes.
Francisco pronunciou a homilia em italiano e não dividiu a comunhão. No final da cerimônia entoou um Te Deum de ação de graças e não houve Ângelus.

Em missa inaugural, papa recebe anel do pescador

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Papa Francisco reza durante missa inaugural
Papa pede responsabilidade de líderes políticos
Dirigindo-se, como de costume, aos cardeais e fiéis chamando-os de “queridos irmãos e irmãs”, o papa Francisco fez um apelo aos líderes políticos para que sejam responsáveis. Ele usou as expressões “por favor” e “pedir” ao se dirigir aos líderes para que assumam o papel de “guardiões”, afastando os riscos de destruição e morte no mundo.
Francisco pediu ainda que todos mantenham a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e mencionou repetidas vezes a palavra “responsabilidade”.
“Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'guardiões' da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”, disse Francisco.
Pelo menos 132 países enviaram delegações. A presidenta Dilma Rousseff participou da missa acompanhada por uma comitiva de ministros e assessores. Também estavam presentes 32 líderes de distintas religiões, segundo o Vaticano.
O papa reiterou ainda que há sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que “sujam a vida”. “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”.
Para Francisco, os líderes e os que são guiados por eles não devem temer a bondade. “Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar, guardar requer bondade e requer ser praticado com ternura.”
Fé e esperança
Ao ler a passagem bíblica do Livro de Romanos, o papa mencionou a necessidade de manter a esperança viva. “São Paulo fala de Abraão, que acreditou 'com esperança, para além do que se podia esperar'”, disse ele. “Também hoje, perante tantos momentos de céu cinzento que há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos a esperança”, acrescentou.
Francisco recomendou que todos se tornem guardiões uns dos outros. Segundo ele, para por em prática o conselho é necessário assumir a sinceridade como premissa. “É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”, disse ele. “Sede guardiões dos dons de Deus.”
O papa ressaltou que quando o homem falha, ele abre espaço para que forças negativas dominem. Ele citou como exemplo o rei Herodes, mencionado na bíblia, como aquele que perseguiu judeus e seus filhos.
“Quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem 'Herodes', que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher”, disse Francisco.
O papa lembrou dos ensinamentos de São Francisco de Assis. “É ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente todas elas e cada uma, especialmente, as crianças, os idosos, aqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração”, destacou Francisco.
Francisco encerrou a missa com um pedido, que se transformou em sua marca. “Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu
ministério, e, a todos vós, digo: 'Rezai por mim!' Amém”.
Após rezar diante de uma imagem de Nossa Senhora e se despedir das 200 mil pessoas presentes, o papa deixou a Praça de São Pedro, em meio a muitos aplausos. Francisco foi à sacristia da capela onde se encontra a Piedade, de Miquelângelo, para tirar os paramentos litúrgicos. Depois, foi ao Altar da Confissão, no centro do templo, para saudar as delegações oficiais que assistiram a missa.
Com informações da Agência Brasil e EFE