Rio -  A Fiocruz suspendeu o envio de medicamentos para a Farmácia Popular Brasil, do Governo Federal, única vigente em São Gonçalo. Localizada no bairro de Zé Garoto, o local está sucateado, com quadro reduzido de funcionários, lâmpadas queimadas, paredes infiltradas e péssimo acondicionamento de material. O bebedouro está lacrado e a água, imprópria para consumo. Os banheiros não têm condições de uso, e o estoque está praticamente vazio.
De acordo com o coordenador de Farmácia e Laboratório de São Gonçalo, José Quintal Veloso, em outubro de 2012, a Fiocruz notificou o município sobre o rompimento do repasse, que só voltaria a ser normalizado quando os problemas fossem sanados. “Não há condições. As paredes têm infiltrações, os remédios estão sem acondicionamento, e, quando chove, a saída de esgoto da cozinha inunda a sede. Vamos resolver até o final do mês”, diz Quintão.
EXIGÊNCIAS
Na semana passada, a direção da Fiocruz e representantes da prefeitura tentaram acordos para garantir a distribuição dos remédios para a farmácia básica e para as clínicas municipais especializadas. Uma das exigências é de que a Farmácia Popular ganhe nova sede. Para resolver o impasse, a Farmácia Popular Brasil passará a funcionar em outro endereço, na mesma rua. No novo ponto funcionará a coordenação de farmácia municipal.
O novo local também deverá ter uma Unidade Básica de Saúde, com dois consultórios médicos e um dentário. Segundo a prefeitura, a abertura de uma sala para depósito e curativos está sendo providenciada. A inauguração está prevista para o fim do mês. O sinal verde será dado após avaliação da Fiocruz. Até lá, a população fica prejudicada.
“Alguns remédios eram gratuitos, e outros, mais complexos, eram vendidos muito baratos aqui”, lamenta o aposentado Eduardo da Silva, 82, que encontrou a porta da farmácia fechada. Para Rosimeri da Silva, 35 anos, um pacote de fraldas de R$ 20 eravendido por R$ 1. “O fechamento quebra o orçamento das famílias. Precisamos que volte a funcionar”, pede.