Rio -  Mesmo precisando de autorização especial da prefeitura há dois anos, os fradinhos de concreto são comuns nas calçadas, atormentando a caminhada de pedestres e prejudicando a paisagem dos bairros. Na Zona Sul, as barreiras formam zigue-zague, e o que sobra para os pedestres são faixas livres inferiores a 1,5 metro, o que é proibido no município. Carrinhos de bebê, muitas vezes, têm que passar pelo meio da rua, devido aos obstáculos. O mesmo acontece com cadeirantes.
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, Sydnei Menezes, a implantação deve respeitar o entorno. “Nada pode ser colocado aleatoriamente. Tem que haver estudo que leve em consideração a necessidade da rua. Não pode atrapalhar pedestres e nem o paisagismo.”
Na Zona Norte, o transtorno imposto é evidente. A travessia do enfermeiro Jorge Carlos dos Santos, 47 anos, na Rua Lopes Cruz, no Méier, é um martírio.
“É apertado. Há fradinhos e as grades dos edifícios avançam nas calçadas”, critica. A moradora de Ipanema Inês Larippe, 62, no mês passado, caiu em um fradinho enquanto desviava de outro na Rua Redentor. “Fui parar no hospital.”
Em Ipanema, raros são os espaços livres para o pedestre. Além dos fradinhos antigos de concreto, edifícios espalham vasos de planta pela calçada. Em um trecho de aproximadamente cinco metros na Redentor, são seis fradinhos dividindo espaço com cinco vasos, além de uma jardineira próxima ao meio-fio.
No bairro vizinho, no Leblon, há fila de fradinhos, assim como em Copacabana. “O local que é nosso virou uma passagem espremida”, rebate o morador de Copacabana, Jorge Luiz Santos, ao passar pela calçada da Rua Domingos Ferreira.
'Cones' de concreto serão substituídos pelos de ferro
A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, que cuida das calçadas da cidade, vai substituir todos os fradinhos de concreto pelos de ferro. O prazo para troca ainda não foi estabelecido, mas a retirada já está sendo feita pela Zona Sul.
O presidente do CAU-RJ está otimista com a mudança. “Visualmente será melhor. O ferro também não ocupa tanto espaço quanto o concreto”, avalia Sydinei Menezes, que também sugere outros objetos. “Ao invés de fradinho, poderia haver bancos e postes de luminária nas calçadas. É mais bonito”, completa.
Desde julho de 2010, a Secretaria criou a operação ‘antifradinho’ que retirou das calçadas, 5 mil barreiras fixas irregulares. O projeto tem o objetivo de fiscalizar, notificar e identificar irregularidades, como balizadores em áreas emblemáticas na cidade.
Para os próximos meses, a Prefeitura quer que os pedidos para a instalação dos balizadores sejam feitos pela internet, dando fim a um processo burocrático que exige a presença física do solicitante em postos da Prefeitura.