Francisco I é o primeiro papa da América Latina
Bergoglio, jesuíta dialogante e moderado, amante do tango e do futebol. Conheça o perfil do novo pontífice
O papa Francisco I aparece diante de milhares de peregrinos reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano | Foto: EFE
Papa Francisco I segura camisa do time argentino San Lorenzo | Foto: Reprodução Internet
Em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina e ocupou a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar. Durante este período, foi conhecido pela tensa relação com os governos do falecido Néstor Kirchner e de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner.
A frieza que marcou o tom de suas relações com o kirchnerismo se transformou em confronto aberto em temas como a crise pelas diferenças entre o governo e as patronais agrárias, a aprovação da lei que reconhece o casamento homossexual e a polêmica sobre o aborto. Em 2008, durante o conflito com o campo, Bergoglio chegou a pedir a Cristina Kirchner um "gesto de grandeza" com as entidades patronais agrárias, denunciou "homogeneização" do pensamento e "tensão social".
Em 2010, a cúpula da Igreja Católica argentina entrou em uma "guerra de Deus" contra o governo e tentou por todos os meios evitar a aprovação da lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bergoglio liderou manifestações, mobilizou os sacerdotes em defesa da "unidade familiar" e convocou vigílias contra o parlamento.
Arcebispo de Buenos Aires, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa. Pontífice adotou o nome de Francisco I | Foto: EFE
Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade. A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001. Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.
Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas . Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral. De fato, ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.
Embora goze de boa saúde, sofre de problemas respiratórios, e teve retirado um pulmão em uma intervenção cirúrgica. Preocupado pela educação, uma de suas prioridades foi dedicar os esforços da igreja argentina aos centros educativos em geral, e não só às instituições católicas.
O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro, e até tem uma camisa assinada pelo elenco.
Novo papa é argentino
Ao lado dos cardeais que o elegeram, Francisco fala ao público
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