Rio -  Economista e especialista em gerenciamento de riscos, Gustavo Cunha Mello diz que várias empresas não aceitaram, no fim do ano passado, fazer um seguro do Engenhão que incluísse cobertura contra desabamento. Sócio da Correcta, empresa que faz corretagem e consultoria em seguros, diz que, na época, já circulavam informações sobre problemas na estrutura do estádio. Ele participou do processo de captação de uma nova seguradora para o Engenhão.
Gustavo Cunha Mello | Foto: Divulgação
Gustavo Cunha Mello | Foto: Divulgação
—Por que empresas desistiram de fazer o seguro do Engenhão?
—Na época, o Botafogo procurava um preço melhor para o seguro. Mas esse mercado é muito cuidadoso. E já então se comentava sobre a possibilidade de desmoronamento do estádio. Várias empresas aceitavam fazer seguro contra incêndio e pânico, mas não aceitaram dar garantias quanto à estrutura do Engenhão.

—A obra foi iniciada por umconsórcio e concluída por outro. Como o sr. avalia este fato? 
—Isso não é bom. Não é razoável que uma empresa desista de concluir um trabalho, deveria ser punida por isso. Também não é aceitável que o consórcio que concluiu o estádio diga que não se responsabilizaria pela obra porque não a havia iniciado. Tanto que, hoje, diz que não pagará pelos reparos.
—Que lições podemos tirar desse caso?
— É preciso haver mais fiscalização, principalmente nessas obras feitas a toque de caixa, como o Engenhão e os estádios da Copa.