Rio -  O Ministério da Saúde fez o alerta: a coqueluche, que tinha incidência decrescente desde 1990, teve aumento de 97% no número de casos em 2012. Ao todo, 4.453 pacientes tiveram a doença confirmada ano passado, com 74 mortes. Para ajudar a diminuir esses números, o órgão pediu que profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas, solicitando exame para confirmação da infecção, e vai vacinar gestantes ainda este ano, já que bebês só podem receber a vacina depois de dois meses. A expectativa é imunizar 4 milhões de grávidas e, com isso, possibilitar que os bebês já nasçam com os anticorpos contra a doença.
No Rio, a situação se repete. Foram 166 casos confirmados em 2011 e 186 somente de janeiro a setembro de 2012. No país todo, a faixa etária mais atingida foi de bebês com menos de seis meses, correspondendo a 85% dos casos e a totalidade das mortes.
Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche é transmitida principalmente pelo contato com gotículas de secreção eliminadas ao tossir, falar e espirrar. Os primeiros sintomas são tosse forte, catarro, febre baixa e falta de apetite. Principalmente nas crianças e nos idosos, a doença pode evoluir para quadros graves com complicações pulmonares, neurológicas e hemorrágicas, além de desidratação.
A estratégia de prevenção da coqueluche atualmente é baseada na imunização de crianças. São três doses da vacina pentavalente, aplicada desde os dois meses de idade. A última dose é tomada aos oito meses.
Ainda não foi possível concluir as causas desse aumento, mas desde 2010 mais casos vem sendo registrados também nos Estados Unidos  e Europa e, com a circulação de turistas, a bactéria tende a se espalhar.
Hellen Miyamoto é subsecretária de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde