Rio -  A representação feminina nas três esferas legislativas do Rio de Janeiro hoje conta com sete vereadoras, 13 deputadas estaduais e quatro deputadas federais. Na Câmara Municipal, as mulheres são 13% do total; na Alerj, 18%; e na Câmara dos Deputados, 8%. Representação bastante aquém da almejada igualdade entre homens e mulheres. Vários fatores contribuem para esta sub-representação, mas principalmente um conjunto de práticas e regras que excluem as mulheres do processo eleitoral.
Historicamente, este universo predominantemente masculino criou mecanismos de financiamento de campanhas que apenas perpetuam a influência do poder econômico nos resultados, fazendo com que as mulheres tenham dificuldades gigantescas para chegar num maior número ao Parlamento. As que vencem esta etapa esbarram em novo obstáculo: ocupar os espaços de poder nas casas. Na Câmara dos Deputados fui eleita a primeira presidenta da recém-criada Comissão de Cultura, me tornando a únicaparlamentar da bancada feminina a ocupar a presidência das 21 comissões existentes. Dos 24 partidos, somente o PCdoB será liderado por uma mulher, a deputada Manuela D’Ávila.
As demandas da sociedade são cada vez maiores e com a atual representação feminina na Câmara já conseguimos aprovar o Projeto de Lei 60/99, que cria serviço de atendimento multidisciplinar, com suporte físico e emocional para mulheres vítimas de violência física e sexual. O projeto também visa a regulamentar suporte psicológico, profilaxia protocolar do Ministério da Saúde em relação às doenças sexualmente transmissíveis, testagem do vírus HIV e registro do atendimento como prova para perícias no Instituto Médico-Legal.
A mulher brasileira é uma guerreira de muitas bandeiras e conta com nosso esforço em Brasília. Foi assim quando relatei a Lei Maria da Penha, que completará sete anos em vigor, e será assim com tantas futuras leis que as resguardarão. Por mais mulheres napolítica, por mais direitos conquistados, por um Brasil mais igual e justo.
Deputada federal pelo PCdoB