Rio -  Neste Dia Internacional da Mulher, todas essas bravas, guerreiras, meigas e fabulosas criaturas merecem homenagens. Consideremos o brilho de uma delas: Marlene. Aos 90 anos, desfrutando do aconchego do seu lar, em Copacabana, a Rainha do Rádio continua recebendo demonstrações de respeito e devoção. Merecidamente estas sucedem em CDs, livros, exposições, especiais de tevê e de rádio.
Isto posto, cabe destacar três biografias lançadas neste 2013. O livro da jovem Thayssa Rodrigues, ‘Marlene — uma história vitoriosa’, tira proveito do nome de batismo de Vitória Bonaiuti. O da jornalista Diana Aragão, ‘Marlene — a Incomparável’, versa sobre a trajetória da soberana dos auditórios superlotados, cujo título recorre à qualificação conferida pelos críticos e o grito dos fãs da atriz e cantora. Uma terceira obra, ‘Bastidores’, assinada  por Simon Khoury, descortina o talento artístico da atriz Marlene nos palcos brasileiros.
O CD — já nas lojas — ‘Te Pego pela Palavra’, do show dirigido por Hermínio Bello de Carvalho, em 1975, reúne pérolas do cancioneiro marlenista como as carnavalescas ‘Lata d’água’ e ‘Zé Marmita’, de Luiz Antonio e Jota Jr.; a contundente ‘Meu Coração é um Pandeiro’, de Gonzaguinha, contando com interpretação visceral; a teatral ‘Canção do Medo’, de Guarniere e Toquinho, da peça ‘Botequim’; a inédita, na época, ‘Dois pra lá, dois pra cá’, da dupla João Bosco e Aldir Blanc, ou ainda ‘Mané Fogueteiro’, de Braguinha. O show, com sessões duplas em teatros do Rio, ganhou o país graças à iniciativa da cantora Elis Regina e seu irmão Rogério, da Trama. Trata-se de um documento de primeira grandeza que não deve deixar de figurar em nenhuma CDteca.
Por essas e outras e um legado de particular expressão, abram alas pra Marlene, a Favorita da Aeronáutica, uma operária do canto, da palavra e da emoção.
Coordenador do Projeto Roteiros Geográficos do Rio da Uerj