Rio -  O Superior Tribunal Federal (STF), em Brasília, negou nesta quarta-feira um habeas corpus para que o goleiro Bruno Fernandes respondesse pelo assassinato da ex-modelo Eliza Samidio em regime semi-aberto. O pedido foi feito pela defesa do jogador. 
O pedido de liberdade provisória de Bruno deveria ter sido julgado há uma semana, mas o desembargador Doorgal Andrada afirmou então que não havia terminado seu voto e pediu vistas do processo, adiando a decisão para esta quarta. O pedido de habeas corpus foi julgado pela primeira vez em caráter liminar em dezembro do ano passado. Na ocasião, a solicitação também foi negada.
Juíza Marixa Fabiane Rodrigues aparece ao lado do promotor r Henry Vasconcelos | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Juíza Marixa Fabiane Rodrigues aparece ao lado do promotor r Henry Vasconcelos | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Defesa de goleiro pede tempo para instruir o réu
A Juíza Marixa Rodrigues iniciou por volta das 13h desta quarta-feira a terceira sessão do julgamento do goleiro Bruno. Logo depois, os advogados de defesa pediram um tempo de 30 minutos para instruir o jogador, que dará seu depoimento no tribunal.
De acordo com Lúcio Adolfo, advogado do jogador, a defesa já está trabalhando com a possibilidade de uma redução de pena, caso Bruno dê informações importantes sobre o crime, além de confessar seus atos. Para ele, a pena mínima poderia variar de 9 a 10 anos, enquanto a máxima pode chegar a 41 anos.
Cabisbaixo, Bruno acompanha o terceiro dia de julgamento | Foto: Aline Freire / Agência O Dia
Cabisbaixo, Bruno acompanha o terceiro dia de julgamento | Foto: Aline Freire / Agência O Dia
Bruno levou Eliza Samudio para morte, diz promotor
O Ministério Público revelou na madrugada desta quarta que Bruno estava presente no trajeto que levou Eliza Samudio para a morte. Segundo a promotoria, o goleiro saiu de seu sítio, em Esmeraldas, dirigindo o New Beetle amarelo. Na Range Rover, Macarrão, Sérgio, Eliza e Bruninho também seguiram do encontro com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (que estava em uma moto), na região da Pampulha, até a casa do acusado de executar a ex-amante de Bruno, em Vespasiano, região de Minas Gerais.
Essa é a hipótese que a promotoria irá abordar para os jurados no julgamento do jogador que está acontecendo no Tribunal do Júri de Contagem. O que alertou o MP dessa acusação foi um depoimento do Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, que foi assassinado no ano passado.
Goleiro é ouvido pela juíza Marixa no terceiro dia no júri | Foto: Reprodução
Goleiro é ouvido pela juíza Marixa no terceiro dia no júri | Foto: Reprodução
Na mesma linha, o promotor Henry mostrará que os telefones de Jorge e Dayanne se comunicaram na noite do dia 10 de junho de 2010. Para ele, Jorge não teria motivos reais e nem relevância para falar com a ex-mulher do goleiro nesse momento.
No depoimento desta terça-feira à tarde, a mãe das filhas do atleta negou que tivesse recebido uma ligação de Jorge naquela noite. Enquanto isso, Macarrão, portando seu celular, falava várias vezes com o Bola, conforme consta no cruzamento das antenas telefônicas dos dois. Ou seja: para o Ministério Público, Bruno, que estava com Jorge, ligou para Dayanne do aparelho do primo ao entregar Eliza Samudio para a execução.
De volta ao sítio em Esmeraldas, também de acordo com o depoimento prestado nesta terça-feira por Dayanne, o New Beetle amarelo era dirigido por Flavio Caetano, que teria ido levar Dayanne e Jorgeane ao hospital.

Mas o MP diz que é mentira e, efetivamente, quem estaria dirigindo o carro amarelo era Bruno, com base nos registros de entrada na portaria do condomínio do sítio em Esmeraldas. Ainda segundo este relatório, Bruno chegou ao sítio no New Beetle amarelo cinco minutos antes de Macarrão voltar com Sérgio Rosa Sales na Range Rover.