Rio -  As autoridades do Rio de Janeiro têm que parar imediatamente de andar dehelicóptero e passar a circular pelas ruas da cidade de táxi. Só assim vão compreender como está complicado usar este tipo de serviço na cidade. Só assim eles vão entender as dificuldades pelas quais passamos, nós, os pobres mortais. Antigamente conseguir táxi livre no Rio só era difícil ou quase impossível em dia ou noite de chuva e no mês de dezembro, quando o décimo terceiro é pago.
Agora não. Agora é todo dia, toda hora, ventania em qualquer direção. Tudo conspira para aumentar as dificuldades do usuário e as autoridades querem diminuir o número de táxis. Será que já não bastam todas as complicações causadas pelos enormes engarrafamentos? Será que não chega a falta de profissionalismo de muito motoristas, que se dão ao luxo de escolher a direção em que vão trabalhar? Será que não perceberam que a fiscalização mais rigorosa da Lei Seca aumentou fortemente a demanda pelos táxis? Há pouco tempo, era normal ligar para o ponto de táxi mais próximo de sua casa e pedir um táxi.
Hoje, você liga para três, quatro pontos e não consegue um deles. Por quê? Porque eles não conseguem mais voltar para seus pontos. Ou por conta dos engarrafamentos, ou porque vão de corrida em corrida, da Zona Norte à Zona Sul ou à Zona Oeste sem parar, direto, por conta do alto número de solicitações. Como assim diminuir o número de táxis, numa cidade onde o turismo aumenta a cada dia, independente da estação do ano, dasférias, do crescimento da cidade? Será que não dá para ouvir a população, conversar com os taxistas, conhecer ou reconhecer a situação em vez de ficar fechado num gabinete, alienado da realidade, discutindo o sexo dos anjos? Num momento em que cresce o número de eventos e acontecimentos o mais sensato não seria formar novos profissionais?
Reciclar os motoristas que estão há anos na praça? O mais humano não seria acabar com a maldita diária que os auxiliares pagam e dar incentivos para que os motoristas trocassem seu veículo caindo aos pedaços por um outro melhor, mais moderno, menos poluente? Não seria mais correto combater os piratas? Moralizar os táxis que trabalham nos aeroportos, na rodoviária, nas estações de metrô nem pensar? É disso que precisamos. É do olhar atento, ouvido aberto e principalmente bom senso das autoridades e seus prepostos que moradores e turistas clamam. Decidir a vida de umacidade sem vivê-la de verdade, como um cidadão comum, não ajuda ninguém, não soluciona problema. Só cria mais e mais dificuldades. Só torna a vida de todos mais difícil. Diminuir o número de táxis na cidade ou não aumentar e modernizar a frota é de uma burrice sem tamanho.