Rio -  Um grupo de manifestantes protesta contra a possível derrubada dos vetos da Lei dos Royalties do Petróleo em Campos, no Norte Fluminense, na manhã desta quinta-feira. Funcionários são impedidos de embarcarem em voos para as plataformas.
Cerca de 100 pessoas invadiram o heliporto Farol de São Tomé, que envia funcionários para as plataformas. Com o grande número de pessoas no local, em torno de 300, o heliporto decidiu suspender os voos. De acordo com uma manifestante, cinco aeronaves estão paradas na pista. Houve princípio de tumulto e uma pessoa ficou levemente ferida na confusão. Vidraças de portas foram quebradas.
Manifestantes invadem heliporto de Campos | Foto: Helen Souza / Folha da Manhã / Agência O Dia
Manifestantes invadem heliporto de Campos | Foto: Helen Souza / Folha da Manhã / Agência O Dia
No Aeroporto de Bartolomeu Lisandro, há pelo menos 700 manifestantes impedindo que voos saiam com funcionários para as plataformas. O protesto conta com funcionários das prefeituras de Campos, Quissamã, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, além de populares da região. "O Brasil não está ouvindo a gente. Precisam nos ouvir", disse a manifestante.
Congresso vota o assalto aos royalties do petróleo
Em sessão tumultuada e sem a participação da bancada do Rio, o Congresso terminou à 0h10 de hoje a votação dos vetos da Lei dos Royalties. O resultado deve sair até o início da tarde, mas é praticamente certa a redistribuição dos recursos do petróleo destinada aos estados produtores.
A sessão começou quente, às 20h, com bate-boca entre os defensores dos vetos, parlamentares do Rio e do Espírito Santo — estados que terão perdas bilionárias —, e dos estados não produtores, que querem a derrubada dos vetos e, assim, distribuir os recursos entre todos os estados da federação.
A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, participou da manifestação | Foto: Helen Souza / Folha da Manhã / Agência O Dia
A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, participou da manifestação | Foto: Helen Souza / Folha da Manhã / Agência O Dia
Diante de parlamentares fluminenses e capixabas, que gritavam “rasgou o regimento!”, Calheiros abriu a sessão de qualquer maneira. Em protesto contra a condução dos trabalhos, a maioria dos parlamentares do Rio e do Espírito Santo se retirou do plenário, gritando “Fora Renan!”.
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) questionaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o motivo pelo qual o veto dos royalties foi justamente o escolhido entre outros 3.059 que estão na pauta do Congresso.
Como a votação, individual, foi em cédula de papel para cada um dos 142 vetos à Lei dos Royalties, a contagem deveria durar nove horas.
Os parlamentares voltaram a ignorar os apelos da presidenta Dilma Rousseff. Pela manhã, durante a liberação de verbas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ontem em Brasília, Dilma afirmou que o país terá dificuldades para sedesenvolver caso não vinculasse à Educação os ganhos a serem obtidos com a exploração do petróleo do pré-sal.
Governo libera R$ 33 bilhões para cidades médias
A presidenta Dilma Rousseff anunciou a liberação de R$33 bilhões para projetos de pavimentação, mobilidade urbana e saneamento básico, dos R$ 70 bilhões previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para cidades de médio porte. Do montante, R$16,8 bilhões vão para saneamento, R$ 7,9 bilhões para mobilidade urbana e R$ 8,2 bilhões para pavimentação.
“O país precisa de saneamento para atender o brasileiro que está saindo da miséria e que precisará de serviços públicos no país”, afirmou Dilma a prefeitos e governadores.