São Paulo -  O policial reformado e advogado Mizael Bispo de Souza foi condenado a 20 anos de prisão, inicialmente a ser cumprido em regime fechado, pelo homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, com emprego de meio cruel, e mediante a utilização de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima - da sua ex-namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010.
O réu ouve a sentença lida pelo juiz, com seus advogados de defesa ao fundo | Foto: Reprodução TV
O réu ouve a sentença lida pelo juiz, com seus advogados de defesa ao fundo | Foto: Reprodução TV
Na sentença, o juiz disse que o fato do réu ter mentido foi considerado como agravante, aumentando sua pena. Após a leitura, a defesa apela da decisão em plenário.
Os familiares de Mércia, de mãos dadas, ouviram atentamente a leitura da sentença, emocionados. Após a condenação, Márcia, irmã de Mércia, gritou no plenário: "Assassino maldito!"
Dia de decisão
Nesta quinta-feira, quarto dia de julgamento, os membros da acusação e defesa fizeram seu debate sobre o crime. Primeiro a defender em plenário a tese, o promotor Rodrigo Merli Antunes passou mais de uma hora tentando desconstruir os argumentos da defesa, que durante os três últimos dias de julgamento descreditou as conclusões da investigação policial. “Não existe excesso de coincidências”, afirmou o promotor com as mãos sobre os volumes do processo e olhos fixados nos sete membros do júri, que no final do dia decidiram o futuro do réu.
Depois de o promotor, o assistente de acusação, Alexandre de Sá Domingues, tomou a palavra para comentar a relação do réu com a vítima. Domingues apontou 19 “mentiras” ditas por Mizael e, com fotos de Mércia e da família sendo projetadas na parede, ele leu um e-mail enviado pelo réu à Mércia com suas razões para sentir-se magoado com ela.
Na sequencia, os três advogados de defesa de Mizael - Wagner Garcia, Samir Haddad Jr. e Ivon Ribeiro - tentaram mostrar que as provas não comprovam que Mizael esteve na cena do crime e que as provas mais fortes contra o réu foram forjadas pelos policias que participaram da investigação, coordenada pelo delegado Antonio de Olim.
As informações são do repórter Wanderley Preite Sobrinho, do iG