São Paulo -  O irmão de Mércia Nakashima se emocionou ao falar durante o julgamento do único  acusado pelo assassinato da irmã em maio de 2010, o policial reformado Mizael Bispo de Souza (43), ex-namorado da vítima. Secando as lágrimas, Márcio Nakashima disse que a irmã se envolveu com um único homem, o mesmo que, para ele, tirou a vida dela.
Foto: Reprodução Internet
Márcio durante audiência que julga Mizael | Foto: Reprodução Internet
"O Mizael foi o primeiro e o único namorado na vida da Mércia", disse Márcio. De acordo com Márcio, eles se relacionaram por volta de quatro anos, e dois anos depois do início do namoro, Mizael começou a se transformar. "No início era um relacionamento normal. Depois ele se transformou, virou um sujeito ciumento, possessivo".
Márcio Nakashima afirma que Mizael nunca foi hostilizado pela família de Mércia, como o acusado tinha afirmado. "Isso é mentira", disse. O júri popular começou nesta segunda-feira e deve durar até cinco dias.
Mãe chora
Sentada no plenário do Fórum de Guarulhos, a mãe de Mércia Nakashima, Janete Nakashima, chorou enquanto o único acusado pelo assassinato da filha, Mizael Bispo de Souza, deixava o local em atendimento ao pedido de Márcio Nakashima, irmão de vítima, que foi ouvido pela defesa como testemunha.
Vestida de preto e branco Janete acompanhou curiosa a escolha dos jurados que vão decidir o futuro de Mizael, ex-namorado de Mércia, assassinada em uma represa em maio de 2010. Ela precisou, no entanto, do consolo da filha sentada ao seu lado, Cláudia Nakashima, quando o réu se levantou para que Márcio respondesse às perguntas da promotoria e da acusação.
Enquanto Mizael passava a seu lado escoltado pela polícia, Cláudia segurava a mão de Janete, que tentava conter o choro.
O juiz aceitou o pedido de Márcio, mesmo após as justificativas da defesa para a permanência de Mizael. “O doutor Mizael pediu para ficar apenas para nos orientar sobre perguntas. Não há nenhuma intenção de constranger a testemunha e os jurados”.
Primeiro a depor, Márcio é uma das testemunhas mais esperadas. Na semana passada, o advogado de defesa Samir Haddad Júnior afirmou ao iG que “Márcio ficou quatro anos sem falar com a irmã por causa do namoro”.
“Mizael era odiado pela família dela, que adorou que ele tenha sido apontado como suspeito porque eles não toleravam a presença do meu cliente”. "O Mizael mudou com o tempo de namoro”, afirmou Márcio no início de seu depoimento.