Motos se proliferam no Rio e espalham vítimas
Número quase dobrou em seis anos: de 133 mil para 246 mil. O percentual de acidentados é nove vezes maior do que o de carros e ônibus, que passam de 2 milhões
POR PALOMA SAVEDRA
Num horário de bastante movimento, condutor imprudente empina a motocicleta entre carros, ontem à noite, na Rua Mem de Sá, na Lapa | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Para o ortopedista Thiago Nabuco, de 34 anos, que sofreu acidente em dezembro de 2012, na Av. Sílvio de Noronha, Centro, os motoqueiros já estão vulneráveis ao sair de casa. “Os outros veículos não nos respeitam. Uma kombi, que estava na contramão, me fechou e eu sofri luxação no ombro, no joelho esquerdo e fraturei o direito. Se não fosse o capacete seria muito pior. Só vou voltar a andar fora de áreas movimentadas”, conta Thiago.
Morador de Niterói, o designer Roger Caldeira, de 27 anos, deixa a moto em casa para vir ao Rio. “Trabalho na Tijuca e prefiro não correr riscos. Opto pelo carro ou ônibus. Acho muito tenso o trânsito e os motoristas não respeitam nem os carros, nem motociclistas. Em cima da moto, a gente fica muito exposto”, ponderou.
Curso de capacitação para motoboy
Para garantir a segurança no trânsito, o Detran promoverá curso de especialização de motoboys, ministrado por policiais militares em 11 UPPs e cinco batalhões da corporação.
Segundo o órgão, a partir de 1º de setembro, será exigida a obrigatoriedade do curso para os motociclistas que transportam documentos e mercadorias. A medida atende à Lei Federal 12.009/09.
Meta é treinar e certificar 22 mil motofretistas por ano. O Departamento vem também ministrando aulas gratuitas em sua sede, no Centro. Saiba mais em ‘www.detran.rj.gov.br’.
Velocidade de 30 km/h
Para o especialista em tráfego da Coppe/ UFRJ Walter Porto Junior, o ideal é que as motos fossem segregadas dos outros veículos e sua velocidade em áreas urbanas fosse limitada.
“A moto não está adequada para ser transporte diário e deixa o piloto vulnerável. A velocidade determinada a ela nas vias é a mesma dos outros veículos. É um erro. Para tentar reduzir os riscos, primeiro seria limitar a velocidade para até 30 km/h, e segregá-la, pois cada modo de transporte tem características diferentes e acabam brigando”, enumerou Walter.
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