Rio -  Agora, nem UPP dá jeito na lavanderia de roupa suja entre PT e PMDB no Rio. Enquanto o partido do governador jura que não passou dossiê contra Lindbergh Farias à Revista Época, o senador petista atribuiu a suspeita aos “aloprados do PMDB”. Assistindo de camarote, o coronel do PMDB, Jorge Picciani, provocou o adversário de Luiz Fernando Pezão em 2014, dizendo que a reação “não modifica a situação dele, coitado”.
Tudo começou no fim de semana, quando a Época publicou detalhes de uma investigação sobre corrupção na prefeitura de Nova Iguaçu na administração de Lindbergh lá como prefeito (2005-2010). Seria só mais uma notícia. O problema é que a publicação explicou aos leitores que o trabalho jornalístico foi feito a partir de “material obtido com o PMDB”. Em politiquês: a partir de um dossiê, portanto. Desde então, ninguém é de ninguém na futura ex-aliança PT-PMDB.
“Enquanto Lindbergh diz que o governo dele será para pobres e para ricos, nós estamos construindo pontes. Não queremos um Rio partido. Vai ganhar um pau nosso. O senador não vai diminuir seu número de processos imaginando que vai fazer ilações sobre A, B ou C. Isso não modifica a situação dele, coitado. Ele já é ficha suja”, ataca Picciani, que ainda tripudia: “Tem que verificar a alegria com que a presidenta Dilma anda ao lado do Cabral e do Pezão.”
“Quem rompeu com quem? Eles (PMDB) romperam de forma desleal. Estou liberado para fazer oposição. Não vou entrar no jogo sujo de dossiês, vou na arena política. Há muito tempo o governo não tem oposição. O governo do estado não consegue executar obra há dois anos na Região Serrana e quer apresentar Pezão como tocador de obras?”, diz Lindbergh, partindo para o ataque ao comentar os estragos das chuvas dos últimos dias.
“Ele vai virar oposição? Ele sempre esteve na oposição. Não vamos entrar nesse jogo. Os desafios são enormes. No PMDB, ninguém entra em campo jogando de beque com pé mole. Entra com pé duro. Entra com Pezão. Aqui, ninguém teme. Aqui, a gente Temer”, brinca Picciani, fazendo graça com o sobrenome do vice-presidente da República.
“É a última vez que estamos falando disso. Não vou ficar sendo pautado por esse jogo sujo. Sou diferente deles. Não sou patrimonialista como eles”, diz Lindbergh, convencido de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez, não vai pedir que ele saia de cena em nome da aliança com o PMDB.
P.S.: Reparou que tanto Picciani quanto Lindbergh fazem questão de dizer que não vão entrar no tal do “jogo” enquanto trocam ataques a distância?