Rio -  A partir de hoje, as passagens de ônibus do município de São Gonçalo ficarão 12% mais caras. Os usuários passarão a pagar R$ 2,80 pelo bilhete que custava R$ 2,50. Apesar do reajuste, a guerra travada na Justiça entre a prefeitura e o sindicato das empresas de transporte parece longe de uma solução.
O aumento foi determinado no dia 28 de dezembro pela então prefeita Aparecida Panisset. Seu sucessor, Neilton Mulim, ao ser empossado, revogou a determinação. Foi por meio do decreto 27/2013, de 18 de fevereiro. Mulin considerou que não houve qualquer melhoria na prestação dos serviços de transporte coletivo que justificasse o aumento. Um dia depois, o sindicato entrou na Justiça Estadual, que manteve a redução da tarifa.
Na última sexta-feira, porém, uma nova ação proposta pelo sindicado conseguiu anular o decreto da prefeitura, e as novas tarifas já estão sendo cobradas.
A prefeitura propõe que as empresas continuem cobrando R$ 2,50, mas R$ 1 seria pago pela própria prefeitura, em forma de subsídio. O passageiro, no final, pagaria apenas R$ 1,50. A Secretaria de Comunicação de São Gonçalo garante que a prefeitura temdinheiro em caixa para bancar a diferença.
NOTIFICAÇÃO
Ao tomar conhecimento sobre a decisão da Justiça, o prefeito disse que aguarda apenas ser notificado oficialmente sobre o aumento para, em seguida, recorrer da sentença. “Este é o primeiro passo em direção à conquista de um valor justo nas tarifas da cidade. Estamos nos empenhando ao máximo para que as passagens cheguem ao valor de R$ 1,50 a todos que precisem usar este meio de transporte. Estou certo que conseguiremos”, afirma o prefeito Mulim.
Passageiros criticam o aumento
A comerciante Regina Nazaré, de 38 anos, moradora do Arsenal, ficou irritada com o aumento. “É um absurdo. A passagem vai consumir boa parte do meu salário quando colocar o gasto de um mês inteiro no papel”, disse.
Para o predreiro Eliseu Rodrigues, de 41 anos, o aumento é abusivo. “Não é justo. Os empresários estão sendo privilegiados. É só pegar uma condução aqui pra ver que o serviço é péssimo”, critica. De acordo com a doméstica Rose de Souza, o novo valor é incompatível com o trajeto feito para o trabalho. “Vou ter que voltar a pé do trabalho.”