Síria -  A ONU retirou metade de seus funcionários da Síria, ontem, dia em que a capital, Damasco, foi palco de um dos maiores ataques em dois anos de conflitos no país. Logo de manhã, dezenas de morteiros de grupos rebeldes explodiram a um quilômetro da residência do presidente Bashar al-Assad. Alguns atingiram o terreno do hotel em que colaboradores da ONU estavam hospedados.
Os morteiros atingiram o coração da cidade quando vários cidadãos chegavam no trabalho. Parte do hotel e um carro das Nações Unidas foram danificados. O Exército sírio reagiu com disparos de artilharia contra um reduto de oposicionistas, o Monte Qasiun, onde pelo menos duas pessoas morreram e outras seis teriam sido feridas.
Bombeiros apagam chamas após explosões em Damasco. Alguns morteiros atingiram área de segurança a um quilômetro da residencia presidencial | Foto: EFE
Bombeiros apagam chamas após explosões em Damasco. Alguns morteiros atingiram área de segurança a um quilômetro da residencia presidencial | Foto: EFE
No domingo, a região central já tinha sido sido atacada por opositores. Carros foram destruídos e algumas pessoas saíram feridas. No mesmo dia, o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos divulgara que ao menos 165 pessoas tinham sido mortas nas 24 horas anteriores no país.
A Coalizão Nacional da oposição síria obteve oficialmente ontem o assento para representar o país na cúpula que a Liga Árabe, dia 2, em Doha. A medida ocorre num momento delicado para a oposição, já que no domingo seu líder, Ahmed Moaz al-Khatib, anunciou sua renúncia. Ele, porém, publicou ontem em sua página do Facebook que pretende ir à cúpula para fazer um discurso em nome do povo sírio.
A Liga Árabe suspendeu a participação do regime do presidente Bashar al-Assad em 2011, após o início da revolta que se transformou em guerra civil diante da repressão.
Carro-bomba em reduto rebelde
O coronel Riad al-Asaad, fundador do grupo rebelde armado Exército Livre da Síria, teve uma perna decepada num atentado com um carro-bomba na cidade de al-Mayadin, controlada pelos rebeldes. Ele foi levado para a Turquia para receber tratamento. O coronel desertou do alto escalão do governo, em 2011.