Pacientes de programa estadual de cirurgia bariátrica recuperaram amores e empregos
POR FERNANDA PORTUGAL
As mulheres são 70% do público do programa. “O homem de 120 kg acha que está ‘gordinho’. A mulher, que está obesa. Outro ponto que justifica a grande demanda é que a mulher, ao contrário do homem, desde jovem vai ao médico, além de enfrentar as dores do parto ou o pós-operatório de uma cesariana”, diz o coordenador do programa, Cid Pitombo.
Adriana voltou a ser desejada pelo marido e Claudialucia arranjou trabalho | Foto: Divulgação
Suramaia Daher, 31, perdeu 20 de 120 kg em dois meses. “Aos 30 anos descobri que estava diabética. Hoje a minha saúde vai muito bem”.
Como se candidatar a cirurgia no Hospital Carlos Chagas
O primeiro passo para a candidata a uma cirurgia bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas é procurar atendimento ambulatorial perto de casa, para que um médico avalie se o procedimento é mesmo necessário — há parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde para definir o perfil de quem deve ser operado.
Em caso positivo, o médico solicita outra avaliação, desta vez para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado. O pedido segue para o Hospital Carlos Chagas, que marca consulta. A Secretaria de Estado de Saúde afirma que não há fila de espera, apesar da necessidade de seguir este caminho. A equipe médica acompanha o pós-operatório, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica.
Cerca de 70% das pacientes têm apenas o Ensino Fundamental, e a média salarial das famílias delas é de R$ 930. “É sinal de que estamos atingindo pessoas que realmente precisam”, afirma o médico Cid Pitombo.
No Rio, 17,2% das mulheres estão obesas, média maior que a nacional (15,8%). O problema se deve a maus hábitos alimentares e falta de exercícios.
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