Polícia diz que caso de sequestro de menina é desentendimento familiar
POR | DIEGO VALDEVINO FRANCISCO EDSON ALVES |
Uma denúncia anônima, feita após O DIA noticiar o caso nesta quinta-feira, levou policiais do 7º BPM (São Gonçalo) ao paradeiro da criança. Ela estava numa casahumilde na Alameda Guilherme Braga, no bairro Engenho Pequeno, com os avós maternos.
Os comerciantes Márcia Barroso Pessanha Franco, 59, e o marido, Vitor Frasson Franco, 58, são acusados pela mãe da criança, Pâmela Pessanha Franco, 29, e pelo pai, Vagner Moreira Araújo, 34, de terem sequestrado em julho a menina, em Juiz de Fora (MG), onde moram.
Anna Júlia, observada pela avó Márcia (E), reencontrou a mãe Pâmela na 73ª DP (Neves) |Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
À noite, depois de prestarem depoimentos na 73ª DP (Neves/São Gonçalo), Márcia e Vitor foram liberados, e Anna Júlia, entregue aos pais.
No entender do delegado Cláudio Áscoli, o casal teria apenas descumprido ordem judicial — de busca e apreensão da menina, expedida pela Varas da Infância e Juventude de Juiz de Fora e Niterói.
Avó: "Faria de novo"
Avó: "Faria de novo"
O caso será relatado como desentendimento familiar ao Ministério Público, que decidirá sobre o tipo de crime que Márcia e Vitor responderão. “Graças as Deus estamos aliviados. Só queremos ser felizes”, desabafou, emocionada, Pâmela, alegando ter encontrado a filha com a ‘perna machucada, suja e assustada’.
“Queremos justiça, pois fomos caluniados e privados da convivência com nossa filha esse tempo todo”, completou Vagner, que chorou ao vê-la.
Dizendo ser "inocentes", Márcia e Vitor admitiram ter pego Anna Júlia sem ordem judicial. “Sei que erramos, mas foi por desespero, pois ela sofria maus-tratos. Faria tudo de novo”, disse Márcia. Pâmela e Vagner negaram as acusações. A recompensa de R$ 5 mil oferecida por eles deverá ser paga ao denunciante do paradeiro de Anna Júlia.
Discussão em delegacia
Na delegacia, Pâmela e a mãe, Márcia, discutiram asperamente e trocaram acusações diante de jornalistas. “Ela (Pâmela) tem essa carinha de anjo, mas, quando usa drogas, vira um monstro. Vagner responde a processo por contravenção em Minas, por pertencer à máfia dos caça-níqueis. Ele é agressivo. Além de abusar da minha neta, já espancou Pâmela e minha outra filha. Pâmela, inclusive, já registrou queixa contra o marido”, disse Márcia, que promete brigar na Justiça pela guarda de Anna.
Chorando, Vagner reafirmou ser vítima de calúnia por parte de Márcia. “O único processo que respondi, e que foi até arquivado, foi em 2006. Na ocasião, eu era gerente de uma casa de bingo, que funcionava através de liminar federal, em Juiz de Fora. Nem bebida alcoólica eu consumo por ser atleta (lutador de jiu-jitsu)”.
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