Rio -  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi claro na entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico ao falar sobre as eleições de 2014 no Rio: “A primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB.”
E falou, claro, tanto do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) — “um parceiro excepcional” — quanto do senador Lindbergh Farias (PT) — “um jovem talentoso, um encantador de serpentes”.
Mas cá, em terras fluminenses, os recados da velha raposa foram interpretados de formas diferentes, no melhor estilo assim-é-se-lhe-parece.
Nas trincheiras peemedebistas, o que se comentava é que Lula mandou recado claro para Lindbergh entender que não terá seu apoio em 2014. E as expressões “jovem talentoso” e “encantador de serpentes” foram vistas como ironia.
No bunker petista, Lindbergh comemorou a entrevista, que, segundo ele, “animou a militância” porque ficou “claro”, nas declarações de Lula, que no Rio haverá vários palanques para Dilma. Lula disse ao jornal: “Acho que o Rio vai ter três ou quatro candidaturas, e ele (Lindbergh), certamente, vai ser uma candidatura forte. Obviamente, Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela prefeitura.”
Quanto ao “encantador de serpentes”, o senador se despede de vez da modéstia: “Aquilo é elogio. Ele quer dizer que sou um cara agradável, que conversa muito, simpático; que sou um cara que saio envolvendo, seduzindo...”
Ao falar do povo que tem a mania de achar que ele pode ir para o PSB se o PT não o apoiar contra Pezão, Lindbergh diz que “isso não existe”. Mas sai em defesa do provável candidato socialista contra Dilma, Eduardo Campos, governador de Pernambuco: “Não concordo com essa tese de que ele é ‘inimigo número um’ do Rio na questão dos royalties. Em vários momentos, ele tentou construir propostas de conciliação. Tenho que ser justo.”
Vai que, né?