Rio -  Pelo menos quatro pessoas morreram, três ficaram feridas e uma está desaparecida, em decorrência do forte temporal que alagou, provocou estragos e um caos no trânsito, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira. As mortes foram confirmadas pelo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.
Segundo o secretário municipal de conservação, Marcus Belchior, choveu 70% do esperado no Rio para todo o mês de março. Foi registrada a média de 50mm em 15 minutos. A Defesa Civil municipal informou que registrou 63 ocorrências entre 17h31 de terça-feira e 5h30 desta quarta-feira.

Chuva causa estragos e mortes

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Rua Major Barros, em Vila Isabel, cheia d'água
Duas vítimas morreram no bairro do Catete, na Zona Sul, segundo a Guarda Municipal. Uma delas é a polonesa Rosa Magdalina, de 32 anos. Ela recebeu uma descarga elétrica no Largo do Machado ao encostar em um poste. A estrangeira estaria vindo morar no Brasil com o marido.
Na Rua do Catete, há cerca de dois quilômetros do primeiro incidente, Raimunda Neves da Silva morreu nas mesmas circunstâncias da polonesa. Ambas foram socorridas no Hospital Souza Aguiar, mas não resisitiram.
Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o vigia José Rodrigues da Silva, de 48 anos, morreu em consequência de ferimentos provocados pelos galhos de uma árvore, atingida por um raio. Ele trabalhava em uma obra na Estrada do Camorim e era morador da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul. Uma morte também foi confirmada pela Defesa Civil no Lote XV, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Menor desaparece e 3 pessoas ficam feridas na Zona Norte
Na Zona Norte do Rio, um menor de 15 anos está desaparecido desde a noite desta terça-feira, em Cordovil, Zona Norte do Rio, durante o temporal que caiu sobre o Rio de Janeiro. Segundo populares informaram aos bombeiros, Lucas Alex Garcia teria caído em um valão do bairro. O coronel Sérgio Simões informou em entrevista que as buscas foram reiniciadas no início da manhã desta quarta-feira.
Bombeiros haviam sido chamados para prestar socorro a Adriana Ferreira da Silva, de 38 anos, que ficou ferido no pé, devido ao desabamento de um muro na Rua Bucareste, em Vigário Geral, na mesma região. Ela foi socorrida no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Os militares, então, seguiram para Cordovil. Eles não conseguiram realizar buscas ao jovem desaparecido devido a força da correnteza, segundo a assessoria de impresa dos bombeiros.
Na Rua Haddock Lobo, 123, na Tijuca, um casal de idosos ficou ferido na queda da marquise que abrigava um bar e um salão de beleza, próximos ao Elevado Paulo de Frontin. Conceição da Silva, de 65 anos, e um homem - presumivelmente da mesma idade - foram levados por bombeiros para o no Hospital Souza Aguiar, no Centro. Não há informações sobre o estado de saúde deles.
Alagamento na estação Saens Peña do metrô registrada por internauta | Foto: Reprodução Internet
Estação Saens Peña do Metrô ficou alagada e foi fechada | Foto: Reprodução Internet
Queda de árvores na Tijuca
A área da Grande Tijuca foi uma das mais afetadas durante o temporal desta terça-feira. Segundo boletim do Centro de Operações da Prefeitura, o volume de água na região foi de 88 milímetros. Durante a madrugada, garis da Comlurb realizavam a limpeza do trecho da Rua Haddock Lobo, entre a Rua do Matoso e a Avenida Paulo de Frontin. No mesmo local, ocorreu o desabamento de uma marquise.
A água e o lixo chegaram a invadir a varanda do tradicional Boteco do Divino, na esquina com a Rua Barão de Ubá, bar frequentado antes do movimento Jovem Guarda por artistas como Roberto e Erasmo Carlos, Tim Maia e Jorge Benjor.
"Estou há dois anos aqui e é a segunda vez que enfrento um temporal desses. A água invadiu a parte onde ficam as mesas dos clientes. Ainda tem vários sacos plásticos e de lixo trazidos pela água que ainda não conseguimos limpar", disse Luiz Martins, de 45 anos, gerente do bar.
Na Rua Campos Sales, árvores caíram sobre a rede aérea de energia deixando a Praça Afonso Pena, edifícios e lojas comerciais às escuras. Na Rua Felisberto de Menezes, uma árvore caiu sobre o muro do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior. Não há informações de feridos nas duas ocorrências.
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Árvore caiu na Rua Joaquim Palhares e fechou via | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Um trecho da Rua Mariz e Barros, na altura do número 945, ficou às escuras desde às 20h. Uma grande amendoeira caiu sobre a fiação elétrica e atingiu um carro, na esquina com a Rua Lúcio de Mendonça. Um coqueiro tombou e também atingiu outros dois carros. Os três veículos pertenciam a frequentadores do Palácio Maçônico da Tijuca.
"Parei o carro às 16h para participar de uma reunião no Palácio. Por volta das 20h choveu, ventou forte e ouvimos um estrondo e depois a luz acabou. Fui para a porta e via a amendoeira caída. Só quando passou um veículo e iluminou é que vi que meu carro tinha sido atingido. Foi perda total", contou já de madrugada o empresário Bruno Roldan, de 35 anos. No fim da madrugada, reboques retiravam veículos enguiçados e alagados na Rua do Matoso.

Prefeito diz que lixo agravou situação 
O prefeito Eduardo Paes disse, em entrevista no Centro de Operações da Prefeitura, na noite desta terça-feira, que o lixo acumulado na cidade agravou a situação da chuva no Rio. "Certamente o lixo que estava nas ruas era para coleta noturna. O acúmulo agravou os problemas. Quando vem uma chuva dessas, acaba arrastando", afirmou.