Vítimas de violência sexual tomam coragem de denunciar
POR VANIA CUNHA
Foto: João Laet / Agência O Dia
A mudança de pensamento das vítimas de violência sexual fez com que o número de notificações do crime saltasse nos últimos quatro anos. Em 2011, foram registrados 4.871 casos, sendo 1.591 somente na capital. No ano seguinte, foram mais de seis mil boletins nas delegacias de todo o estado, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP).
De acordo com a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro, Célia Silva Rosa, os altos índices não indicam mais crimes, e sim que as pessoas estão denunciando mais. “Antigamente, muitos não falavam por medo ou acreditavam que a punição ao criminoso seria leve. Com a mudança da tipificação do crime (hoje, pela lei, atos libidinosos também são considerados estupros) e uma pena mais rígida, as pessoas criaram coragem para denunciar”, afirma a delegada, ressaltando a importância da vítima procurar unidades de saúde para tomar coquetel contra doenças sexualmente transmissíveis e evitar gravidez indesejada.
A armadilha da bebida
A violência sexual contra a criança ou adolescente também tem a mesma característica do crime contra adultos: a vítima costuma guardar segredo por muito tempo. “Às vezes, a família não quer expor por vergonha ou a criança é ameaçada pelo agressor, que na maioria dos casos é conhecido do menor e da família, ou até parente”, explica o delegado Marcelo Braga, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). A especializada recebe, em média, de 2 a 3 casos por dia, a maioria ocorrida com crianças entre 4 e 8 anos de idade.
Dicas para evitar abusos
É importante manter diálogo aberto com os filhos e alertar a criança para não permitir que alguém toque, acaricie ou machuque seu corpo. Também não se deve fazer pactos de silêncio sobre qualquer situação;
Não aceitar convites, dinheiro ou favores de estranhos;
A vigilância é uma aliada. É bom estar atento ao comportamento da criança e de adultos que a cercam, mesmo conhecidos da família;
Acreditar nos relatos da criança, por mais absurdo que pareça.
Não aceitar convites, dinheiro ou favores de estranhos;
A vigilância é uma aliada. É bom estar atento ao comportamento da criança e de adultos que a cercam, mesmo conhecidos da família;
Acreditar nos relatos da criança, por mais absurdo que pareça.
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