Rio -  Os alimentos seguem como grandes vilões e pesam no orçamento., em especial das famílias mais pobres. Mesmo com a desoneração de impostos sobre produtos da cesta-básica, os itens tiveram alta em março, ajudando a romper a meta de inflação do governo. O custo do tomate disparou e acumula alta de 122,13% em 12 meses, segundo o IPCA divulgado ontem pelo IBGE. O índice atingiu 6,59% em um ano, passando 0,9 ponto percentual da meta.
Apesar de registrar queda em relação a fevereiro, o IPCA de março contribuiu para elevar a inflação. No mês passado, o indicador ficou em 0,47%, ante 0,60% em fevereiro.
ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ontem o governo não poupará medidas para conter a inflação. “Em março houve desaceleração. Mas tivemos os alimentos que pressionaram a inflação de março e impediram que a queda fosse maior”, comentou.
Para Marco Aurélio Cabral, professor de economia da UFF, apesar da alta, o momento não é propício para o governo aumentar na taxa de juros. Segundo ele, o cenários internacional é o principal responsável pela pressão inflacionária. A solução, para o especialista, é o governo fazer o dólar voltar a subir frente ao real e no aquecimento da economia, resultando na manutenção de empregos.
Foto: Reprodução
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O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (SP), Reginaldo Gonçalves, acredita que o Banco Central terá que mexer da taxa de juros e investir em áreas estruturais. “Assim, com a alta dos juros, o governo vai conter o consumo”, avalia, ressaltando que tarifas de transporte públicos ainda não foram corrigidas e que devem pressionar mais a inflação.
Clima melhor ajuda a aumentar a safra do tomate

Com a previsão de a safra deste ano ser 12% maior com a melhora das condições climáticas, a produção de cereais, oleaginosas e leguminosas fará o preço dos produtos voltarem ao normal. Desta forma, o tomate pode retornar à mesa dos consumidores que abriram mão de comprá-lo, devido ao preço alto. Em alguns mercados, o quilo pode chegar a R$ 15.
Para a gerente da Coordenação de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, o efeito da desoneração de impostos dos produtos da cesta-básica vai ser mais bem percebido nos próximos meses.