Rio -  Boa fórmula de a sociedade controlar o funcionamento e as contas de serviços importantes, como os da Saúde e da Educação, seria a convocação de entidades apolíticas, isentas e respeitadas. Por exemplo, clubes de serviços — Lions e Rotary —, associações de moradores, igrejas e um cidadão aposentado de alto conceito, morador na região para este voluntariado. Não seria difícil formar esses ‘conselhos fiscais’, formados por uma elite das comunidades, sejam elas nas grandes regiões metropolitanas ou no interior. Estes grupos fariam o acompanhamento, devendo ter uma reunião por mês, da qual resultaria um comunicado de dez linhas às secretarias e câmaras municipais,Ministério Público e até à mídia em geral, incluindo controle de frequência de profissionais, custos de aquisições, gestão de estoques e outros itens.
Uma medida dessa poderia ainda permitir que UPAs e escolas tivessem verbas para pequenos gastos, que seriam usadas sob a supervisão comunitária, para materiais e serviços, como conserto de janelas e manutenção de banheiros, que ficam meses aguardando uma liberação. Assim, sob fiscalização direta das comunidades, os serviços poderiam funcionar melhor.
Na verdade, esse controle deveria ser exercido pelos vereadores, denunciando o absenteísmo de médicos e professores, por exemplo. No entanto, infelizmente, não é o que ocorre e, muitas das vezes, o edil é ele mesmo padrinho do funcionário relapso. Algo de parecido foi feito pelo governador Joaquim Roriz, de Brasília, muito malhado na mídia, mas com excelentes ideias que executou nos seus quatro mandatos, sendo que três de eleição direta. Só que no Brasil se combatem os homens que fazem pelo povo pragmaticamente e não ficam no proselitismo ideológico, que é a coisa mais elitista de nossos tempos, e em todos os países. Vejam o Fidel, faz discurso, aparece na mídia, mas o cubano é magro por comer mal, e até papel higiênico é coisa rara naquela ilha-prisão.
Jornalista