Rio -  Pesquisa do Ibope divulgada ontem aponta que 90% dos<CW0> brasileiros têm interesse em saber o quanto pagam de impostos. Os dados também mostram que 65% concordam integralmente que a aplicação dos recursos recolhidos em tributos deve ser cobrada dos governos do país. Itens essenciais no dia a dia têm tributos que o consumidor até desconhece, como: arroz e feijão (ambos 17,24%), carne bovina (23,99%), sal (15,05%) e refrigerante de garrafa (44,55%) ou de latinha (46,47%).
O resultado da pesquisa, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), não é surpresa para Sharon Rolim, advogada tributarista do escritório Henrique Baptista Advogados Associados. Segundo ela, é comum em nosso país ter dúvidas sobreimpostos, já que existem mais de 80 taxas em nosso ordenamento jurídico. “Os valores arrecadados podem ser utilizados para qualquer despesa do Governo”</CW>.
O gestor Elder Maia do Nascimento, 35, conta que não faz ideia de quanto paga de impostos. Para ele, assim como diversos especialistas em tributação, deveria haver uma transparência maior sobre isso: “Seria legal se estabelecimentos colocassem o valor dos impostos dos produtos, assim como este cafezinho, na nota fiscal”.
Do cálculo para a sua mesa

Para calcular os impostos atribuídos à produtos de consumo, é avaliado o processo de industrialização, como nos enlatados. É verificada também a essencialidade de cada produto que vai para o mercado.

Sharon Rolim, do escritório Henrique Baptista Advogados Associados, explica como funciona: “Quanto maior a essencialidade, como o tradicional arroz e feijão, que são alimentos importantes, menor deve ser a alíquota para o cálculo”.
No caso de cigarro e cerveja, ela explica, é considerado o alto consumo e a dependência química. Com isso, as alíquotas chegam a ser bem maiores, quase 90% do valor do produto.