Rio -  O empresário Heraldo Bichara Júnior, pai do menino João Felipe Eiras Bichara, morto pela manicure Suzana de Oliveira, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, chegou à delegacia para prestar depoimento por volta das 9h40 desta terça-feira.
Ele será ouvido pelo delegado da 88ª DP (Barra do Piraí), José Mário Salomão, e pelo diretor de polícia de área do Sul Fluminense, Ricardo Martins. O diretor foi designado pela chefe de polícia Marta Rocha para a acompanhar o inquérito.
Na chegada à delegacia, Heraldo não quis dar declarações à imprensa. Ele chegou acompanhado da três advogados e da mulher Aline Bichara. O empresário ainda tentou armar uma estratégia para a enganar a imprensa, mas não conseguiu. Enquanto ele entrava pela porta da frente, um outro carro entrou pelos fundos, com um homem com a cabeça coberta, se fazendo passar por Heraldo. 
Cerca de 30 minutos antes, o advogado, Bruno Tavares, que defende Heraldo chegou à delegacia. O defensor afirmou que o empresário está sendo caluniado pela manicure, que insinua ter tido um caso com o pai de João Felipe. 
"Meu cliente, além de estar sofrendo com toda a situação, ainda está sendo caluniado, mas ele está tranquilo e não há sequer orientação a ser passada diante dessa tragédia", disse o advogado. 
Mãe de manicure entrega caderno em que assassina premeditava o crime
Simone Oliveira, de 39 anos, mãe da manicure Suzana de Oliveira, de 22, entregou ao delegado José Mário Salomão da 88ª DP (Barra do Piraí) um caderno com anotações feitas pela filha premeditando a morte de João Felipe.
Em uma das anotações a manicure escreve sobre um possível pedido de resgate de R$ 300 mil. De forma fria, ela detalha inclusive como gastaria o dinheiro. Entre outras coisas, ele seria usado para pagar contas de telefone e comprar uma moto. O delegado, no entanto, adianta que não tem dúvidas de que a verdadeira intenção de susana era matar João Felipe.
Manicure escreveu em caderno o plano do crime | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Manicure escreveu em caderno o plano do crime | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Escola de Barra do Piraí instala câmeras de segurança
O Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, em Barra do Piraí, onde João Felipe estudava, retomou as aulas nesta segunda-feira após uma semana fechada. A escola reabriu com 16 cãmeras instaladas para monitorar os alunos.
O menino foi morto pela manicure na útima segunda-feira. Ela buscou a criança no colégio e o levou para um hotel, onde o asfixiou com uma tolha. A escola também estabeleceu novas regras para a liberação dos alunos.
Em entrevista apresentada neste domingo no ‘Fantástico’, da TV Globo, Suzana disse que a mãe do garoto, Aline Bichara, seria sua primeira vítima.
Suzana foi presa em flagrante e indiciada por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e ocultação de cadáver.
O crime chocou a pequena Barra do Piraí, cidade do Sul Fluminense com cerca de 90 mil moradores. Ao longo de toda a semana passada, a população da cidade fez muitos protestos querendo justiça. Na terça-feira, a transferência de Suzana para um presídio do Rio foi bastante tumultuada. Policiais do 10º BPM (Barra do Piraí) e guardas municipais tiveram que reforçar a segurança em torno da delegacia da cidade, porque muitos moradores queriam agredir a manicure.
A polícia divulgou o vídeo que mostra Suzana entrando no prédio com o menino João e saindo carregando o corpo da criança. Nas imagens, é possível ver a acusada carregando a mochila da criança ao entrar no edifício.
Após o crime, Suzana cobriu o corpo de João com uma toalha para não levantar suspeitas, imagem captada pelo circuito interno do edifício. Veja o vídeo abaixo.