Coreia do Norte deslocou míssil para a costa, diz Coreia do Sul
Segundo ministro da Defesa em Seul, míssil tem alcance considerável; imagens de satélite mostram que Pyongyang deu início às construções para reativar reator de plutônio
Coreia do Norte faz ameaça aos EUA | Foto: Reprodução Internet
O informe foi divulgado horas depois de o Exército norte-coreano ter alertado que autorizou um ataque aos EUA usando armas nucleares "menores, mais leves e diversificadas". Foi a ameaça mais recente contra os EUA nas últimas semanas. A referência a armas nucleares menores pode significar que Pyongyang aprimorou sua tecnologia nuclear. Ou pode ser um blefe.
O ministro da Defesa sul-coreano Kim Kwan-jin disse que não conhecia a motivação para o deslocamento do míssil no Norte, e que poderia ter como objetivo a realização de "testes ou exercícios militares".
Ele descartou a possibilidade, levantada pela mídia japonesa, de que se tratava de um KN-08, míssil de longo alcance que, caso seja operado, poderia atingir os EUA. Kim afirmou a deputados durante um encontro do comitê parlamentar que o míssil tem "alcance considerável", mas não suficiente para atingir o território norte-americano.
O alcance que ele descreveu pode se referir a um míssil móvel da Coreia do Norte conhecido como Musudan, que pode atingir um raio de 3 mil quilômetros. Esse alcance torna o Japão e a Coreia do Sul alvos potenciais - vem como bases americanas nos dois países - mas há dúvidas sobre a precisão deste míssil.
Defesa norte-americana
O Pentágono anunciou que posicionaria um sistema de defesa antimísseis em Guam , território americano no Pacífico, para fortalecer a proteção regional contra um possível ataque.
"Pelo que sabemos do seu estoque existente, a Coreia do Norte tem mísseis de curto e médio alcance que poderiam complicar a situação da península coreana (e talvez alcançar o Japão), mas não vimos qualquer evidência de que o país tenha mísseis de longo alcance que possam alcançar o território dos EUA, Guam ou o Havaí", escreveu James Hardy, editor do semanário Jane's Defense Weekly.
Kim Kwan-jin disse que se a Coreia do Norte estivesse se perparando para um conflito em larga escala, haveria sinais, incluindo a mobilização de um número de unidades, suprimentos e tropas, mas autoridades do Exército sul-coreano não perceberam nenhuma preparação neste sentido.
Pequena provocação
"(As ameaças recentes da Coreia do Norte) são retóricas. Eu acredito que a possibilidade de uma provocação em larga escala seja pequena", disse. Mas acrescentou que a Coreia do Norte pode realizar um ataque em pequena escala, como o bombardeio em 2010 de uma ilha sul-coreana que deixou quatro mortos.
Pyongyang expressou ira acerca dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul e das sanções aprovadas pela ONU após seu terceiro teste nuclear , realizado em fevereiro.
Apesar de especialistas acreditarem que se trata apenas de retórica inflamada, Pyongyang já foi além das ameaças. Na terça-feira, anunciou que reativaria um reator de plutônio que foi fechado em 2007. Um instituto de pesquisa norte-americano disse na quarta-feira que imagens de satélite mostraram que as construções necessárias para a reativação já começaram.
Na quinta-feira, autoridades da fronteira norte-coreana impediram a entrada de funcionários sul-coreanos que trabalham na Kaesong, complexo industrial que funciona com a mão de obra norte-coreana e o know-how sul-coreano.
Em comunicado divulgado também na quinta, um porta-voz do Exército Popular da Coreia disse que as tropas foram autorizadas a conter as "agressões" dos EUA com "poderosas práticas militares de neutralização", incluindo armas nucleares.
O texto dizia que a "política hostil" dos EUA e as "ameaças nucleares" contra a Coreia do Norte "serão esmagadas pela força de vontade de todo o serviço unido com meios nucleares menores, mais leves e diversificados".
O secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel disse em Washington que está fazendo tudo o que pode para acalmar a situação. "Algumas das ações que eles tomaram nas últimas semanas apresentam um perigo real e claro e uma ameaça" aos EUA e seis aliados, disse.
No domingo, o líder norte-coreano Kim Jong-un vai liderar uma importante reunião das autoridades do seu partido que afirmaram que construir a economia e as "Forças Armadas nucleares" são as prioridades do país.
As informações são do IG
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