Estudo vincula substância da carne vermelha a doenças cardíacas
Foto: Fernando Souza / O Dia
Não é a primeira vez que um estudo previne contra o consumo excessivo de carne vermelha, carne moída e bacon. No Reino Unido, o governo recomenda não comer mais de 70 gramas de carne vermelha ou processada por dia.
"O conteúdo de colesterol e gorduras saturadas na carne vermelha magra não é tão alto, há algo mais que contribui para aumentar o risco cardiovascular", disse Stanley Hazen hoje à rede britânica "BBC", da Clínica de Cleveland, um dos investigadores do estudo.
Para chegar a essa conclusão, durante os experimentos desenvolvidos com ratos e humanos viu-se que as bactérias do intestino podiam comer carnitina, substância que por sua vez se decompõe em um gás, que no fígado se transforma em um composto químico denominado TMAO.
Durante o estudo, os especialistas relacionaram o TMAO à elaboração de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, o que pode desencadear doenças cardíacas e levar à morte. Segundo observou Hazen, "embora o TMAO seja um produto de resíduos, influi de forma significativa no metabolismo do colesterol e o efeito leva a uma acumulação de colesterol".
"As descobertas endossam a ideia de que menos carne vermelha é melhor", acrescentou o cientista, que também disse que o estudo propõe consumir iogurtes probióticos perante as bactérias que há no intestino. Reduzir o número de bactérias que se alimentam de carnitina reduziria, em teoria, os riscos de saúde provocados pela carne vermelha.
Por sua vez, Victoria Taylor, especialista em dietética na Fundação Britânica do Coração, considerou que se trata de "uma descoberta interessante e explica porque a carne vermelha poderia ter um impacto na saúde cardíaca".
"Embora esses estudos não vão vão mudar necessariamente as recomendações existentes, esses cientistas nos alertam para que, se comermos regularmente muita carne vermelha ou carnes processadas, pensemos em fontes alternativos de proteína", disse.
As informações são da EFE
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