Rio -  Na hora de ir à praia, é comum preocupar-se com a exposição ao sol, mas pouca gente desconfia que até mesmo o filtro solar pode gerar perigos ao organismo. De acordo com especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se aplicado em grandes quantidades, o protetor libera toxinas que são absorvidas pela pele, o que pode resultar em desequilíbrios hormonais. Para resolver o problema, equipe da pós-graduação de Engenharia (Coppe/UFRJ) criou um novo mecanismo de bloquear os raios solares de forma mais segura e eficiente.
A ideia, como noticiou o ‘Informe do DIA’ semana passada, é colocar os compostos utilizados para refletir a luz do sol em minúsculas cápsulas que criam uma espécie de filme, que não interage com a pele. “As cápsulas são pequenas o bastante para não causar desconforto e sensação de ‘areia’ durante a aplicação e, ao mesmo tempo, são suficientemente grandes para não serem absorvidas pelo organismo”, conta o professorJosé Carlos Pinto, coordenador do Laboratório de Engenharia de Polimerização da Coppe.
No laboratório da Coppe/UFRJ, os novos produtos são fabricados | Foto: Divulgação
No laboratório da Coppe/UFRJ, os novos produtos são fabricados | Foto: Divulgação
A medida das cápsulas é de 200 nanômetros. “Mil vezes mais fina e menor que um pequeno fio de cabelo”, explica o professor. “Além de minimizar os riscos do filtro solar, o produto potencializa o efeito de bloqueio dos raios. Não há contraindicação e nem risco de entupimento dos poros”.
A invenção foi criada na unidade-piloto da Coppe, inaugurada em outubro de 2012, que vem desenvolvendo uma série de pesquisas com nanopolímeros, matéria-prima do novo protetor. Apesar das diferenças químicas em relação ao produto tradicional, a novidade também tem aspecto de loção, sai com água e suor e deve ser reaplicada a cada duas horas, aproximadamente.
Para que chegue à pele do consumidor, no entanto, ainda serão necessárias negociações com empresas parceiras do laboratório. Por enquanto, quem gosta de tomar sol deverá continuar aplicando o protetor convencional. “O maior cuidado é seguir as orientações de uso e não exagerar na aplicação do filtro solar”, aconselha o professor.