Rio -  Há 30 anos, Ivete Aparecida, de 74 anos, vem de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, enfrentado 15 horas de viagem, para rezar por seu santo de devoção na Igreja de São Jorge de Quintino.
“Uma vez, fui presa por engano. Na delegacia, tive um sonho. Vi um cavaleiro descer do céu, como se saísse da Lua, dizendo que tudo seria esclarecido. Acordei com o delegado pedindo desculpas", conta Ivete.

Força de São Jorge atrai turistas no Rio

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Devotos viajam de outros estados para homenagens ao Santo Guerreiro
Histórias como esta são contadas por milhares de devotos, que todo ano lotam as três igrejas do Rio onde se celebra o Dia de São Jorge: no Centro, em Quintino e em Paciência. Homenagens já começaram domingo na Baixada.
Além das missas, pontos altos da festa são as tradicionais cavalgadas, em Campo Grande e Queimados, na Baixada. O Mercadão de Madureira, onde são vendidas lembranças do Santo Guerreiro, também é local de peregrinação de fiéis e simpatizantes, com movimento médio de 80 mil pessoas nos dias que antecedem a data religiosa.
De acordo com o Padre Marcelino, que rezará as missas nesta terça-feira na igreja de Quintino, São Jorge representa, a realidade de milhões de brasileiros. “Ninguém melhor do que ele para deixar o exemplo de que devemos matar um dragão por dia para continuarmos firmes na batalha que é vida”.
Muitos prestaram suas homenagens nesta segunda mesmo. Em Quintino, o contador Assis Soares, 53 anos, com a mulher, Norma Cavalcanti, 52, moradores de Ipanema, deixaram acesa uma vela para “que o santo ilumine sempre nossos caminhos”.
No Mercadão, peças como brasão de São Jorge são procuradas por fiéis e simpatizantes, como Hélio Silmon | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
No Mercadão, peças como brasão de São Jorge são procuradas por fiéis e simpatizantes, como Hélio Silmon | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Uma luz que, segundo a aposentada Maria Miriam, a levou ao altar. Cega, fez questão de subir sozinha as escada da igreja. "Minha vista está no coração", disse.
A Igreja São Gonçalo Garcia e São Jorge, na Rua da Alfândega, no Centro do Rio, recebeu mais de 300 fiéis ontem de manhã. O empresário Jorge Sá, 56, desde os 3 anos frequenta as alvoradas com a família. Durante o seu parto o cordão umbilical enroscou no seu pescoço. Seu pai, então, fez um promessa: se o filho sobrevivesse ele se chamaria Jorge. Salve Jorge!
Programação
Igreja São Gonçalo Garcia e São Jorge, Rua da Alfândega 382, Centro
 
Missas
5h – Da Alvorada
8h – Pelos mortos
9h – Por desempregados
10h – Da família
11h – Por doentes
12h – Ação de Graças com Dom Orani
14h – Pelos aflitos e endividados
15h – Cura e libertação
16h – Da paz
18h – Dos Militares
20h – Missa Final

Paróquia de São Jorge, Rua Clarimundo de Melo 769, Quintino.

5h – Missa da Alvorada
7h às 15h – Missas de hora em hora
16h – Procisão

Paróquia Santa Rita de Cássia, Rua Soldado Francisco Rios 132, Jardim Palmares, Paciência
 
Agenda
5h – Alvorada Festiva
7h30 – Santa Missa, após café comunitário, na Rua X (Praça da Caixa)
12h – Oração
16h – Procissão com a Imagem de São Jorge e banda de música
17h – Santa Missa com festa, na Paróquia
Ivete (dir.) mora em Ribeirão Preto (SP), mas prefere a festa do Rio | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Ivete (dir.) mora em Ribeirão Preto (SP), mas prefere a festa do Rio | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
No Alemão, um reforço para o guerreiro
No Complexo do Alemão, a ligação entre o santo e comunidade ficou mais forte com a novela ‘Salve Jorge’, que se passa no local. “Sou devoto desde criança, ele é meu protetor. A novela resgatou São Jorge dentro da comunidade e está despertando a devoção na criançada. Nós aqui somos lutadores como ele” contou Marco Antonio Quintal, de 49 anos, morador da Grota, no Complexo do Alemão.
São Jorge movimenta até a economia. No Mercadão de Madureira, as 160 lojas recebem fiéis em busca de lembranças e artefatos de decoração. A expectativa é de que 80 mil pessoas passem por lá nesta terça-feira.
Dias antes, área da Igreja de São Jorge no Saara já estava enfeitada | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Dias antes, área da Igreja de São Jorge no Saara já estava enfeitada | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
“Não temos hora para fechar, pois sabemos que muitas pessoas vêm de longe, e precisam de tempo para comprar lembranças e organizar a feijoada do dia”, diz a comerciante Sheila Reis.
Para Rodrigo de Souza, que vende artigos religiosos, as crianças pedem para os pais comprarem espadas: “Já os adultos levam velas, fitinhas e imagens”. Ontem a pedagoga Valéria Madureira comprava flores e velas para decorar a feijoada de São Jorge, que será saboreada com os amigos da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense.