Rio -  Várias explicações ajudam a entender essa disparada da inflação. Para justificar, ogoverno menciona a redução da oferta de produtos devido a chuvas prolongadas, seca no Nordeste, frete mais caro e aumento na demanda (procura) em função da melhoria da renda do brasileiro.
Como você já percebeu, as autoridades têm diminuído o peso dos tributos nos preços finais de diversos setores e produtos, mas isso não tem sido suficiente para manter a inflação em 4,5% ao ano, podendo chegar a 6,5%, que seria o alvo da meta. Mas o IPCA, divulgado ontem, marcou 6,59% em 12 meses.
A cesta-básica, mesmo desonerada dos tributos, subiu em março quando se esperava uma queda nos preços. Para tentar ganhar a guerra, especula-se que será necessário voltar a subir os juros da economia, a Selic, para inibir o consumo, o que acabará por derrotar uma das principais bandeiras da presidenta Dilma Rousseff na economia.
A carestia dos preços, sobretudo a dos alimentos, preocupa a todos e o vilão atual é o tomate, que está custando entre R$ 10 e R$ 15 aqui no Rio. O fato faz lembrar uma antiga piada, que conto para vocês. Num reino imaginário, um jovem arisco roubou dois tomates na feira livre, mas foi preso.
Levado a julgamento na presença do rei, foi condenou a morrer enforcado. O cidadão perguntou: “Alteza, eu vou morrer pelos dois tomates?” E o rei respondeu: “Não, filho, pelo pescoço”.
Do jeito que estão os preços do tomate nos dias de hoje, talvez o jovem ladrão tivesse acertado a resposta.
Professor de Finanças do Ibmec