Governo passa pente fino no transporte público
Quarenta e sete veículos foram recolhidos e quatro motoristas, presos, em duas operações. Vítima de acidente tem poucas chances de sobreviver
POR | ALESSANDRO LO-BIANCO PALOMA SAVEDRA |
Ônibus apreendido estava ontem no depósito do Detro | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O delegado Cláudio Ferraz, que comandou a operação “Transporte Legal”, disse que a polícia estuda responsabilizar criminalmente quem não tem licença para trabalhar por exercício irregular da profissão.
Ar-condicionado
Para a publicitária Fernanda Tuber, 29, que realiza o trajeto do Itanhangá à Zona Sul, a medida é justa: “Acho ótimo, pois canso de pagar mais caro pelos com ar-condicionado, e só depois que pago descubro que o ar não está funcionando”.
Os entrevistados se mostraram preocupados, porém, se, com a mudança, a frota de ônibus for reduzida na cidade para arcar com prejuízos das empresas de ônibus. A secretaria municipal de Transportes ainda não precisou em quanto ficará o preço da nova tarifa.
MP devolve inquérito e Paranapuan é multada
O Ministério Público do Estado do Rio devolveu nesta quinta-feira para a Polícia Civil o inquérito sobre o acidente envolvendo o ônibus 328, que caiu do viaduto Brigadeiro Trompowski, no dia 2 de abril, com o argumento de que documentos importantes para a investigação não foram anexados ao relatório.
De acordo com o delegado titular da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, faltariam os laudos de corpo de delito de todas as oito vítimas sobreviventes.
A secretaria municipal de Transportes multou o consórcio Internorte e sua consorciada Paranapuan em R$117.883,55 por infrações ao código disciplinar da SMTR e ao contrato de concessão. Desse valor, R$106.371,55 correspondem a irregularidades com a frota e R$11.512 por atraso na vistoria do Detran.
Wagner, marido de Ana, perdeu filho há um mês. Ela está internada | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
As multas foram expedidas após a notificação formal, publicada no Diário Oficial do Município de segunda-feira, que exigia do consórcio Internorte e da Paranapuan providências em relação às irregularidades apontadas. Ontem, 10 ônibus da empresa foram apreendidos.
A secretaria de Trabalho e Renda assina hoje convênio de cooperação com o sistema Sest/Senat para capacitar e requalificar motoristas de ônibus, vans e táxis. Os cursos são gratuitos.
Vítima de acidente tem 5% de chances de sobrevivência
Após ter tido as duas pernas amputadas e sofrer traumatismo craniano, Tatiana Ferreira, 28 anos, corre risco de morte e está em coma induzido, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
A secretaria de Trabalho e Renda assina hoje convênio de cooperação com o sistema Sest/Senat para capacitar e requalificar motoristas de ônibus, vans e táxis. Os cursos são gratuitos.
Vítima de acidente tem 5% de chances de sobrevivência
Após ter tido as duas pernas amputadas e sofrer traumatismo craniano, Tatiana Ferreira, 28 anos, corre risco de morte e está em coma induzido, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
Atropelada na calçada, Tatiana teve as duas pernas amputadas | Foto: Reprodução
Segundo parentes da jovem — que foi atropelada por ônibus da linha 685, em Quintino, quarta-feira —, médicos afirmaram que ela tem 5% de chance de sobreviver.
Outra das quatro vítimas, a artesã Ana Paula Pinto, 42, que teve fratura exposta no braço, viu Tatiana com dois filhos — um de 3 anos, que está internado sem gravidade, e outro de 3 meses — no local, e, apesar de não conhecê-la, a chamou, poucos minutos antes do acidente.
Queria doar as roupas de Wagner Miguel, filho de 1 ano e 3 meses, que morreu há um mês de dengue hemorrágica. O coletivo invadiu o local logo depois.
“Ela só queria doar as roupinhas. A Tatiana estava de costas. Só deu tempo de avisá-la e empurrar a senhora que segurava o bebê”, contou a tia de Ana Paula, Nanci Bonfim, 63. “Estou abalado. É muito drama”, disse o marido de Ana, Wagner Lemos, 30.
Desesperado, o marido de Tatiana, Wladimir Marques Mendes, 24, quer justiça: “Minha avó e outras pessoas viram o ônibus invadindo a calçada. Não consigo mais falar, acabei de vê-la em coma”.
“Os médicos disseram que pode ter morte cerebral. Vamos processar a empresa”, declarou Camila Ferreira, 22. Tatiana tem quatro filhos: Helder, de 3 meses, Wallace, 3 anos — internado —, Wellington, de 6 anos ; e Samanta, 9 anos.
Motorista serár indiciado
Outra das quatro vítimas, a artesã Ana Paula Pinto, 42, que teve fratura exposta no braço, viu Tatiana com dois filhos — um de 3 anos, que está internado sem gravidade, e outro de 3 meses — no local, e, apesar de não conhecê-la, a chamou, poucos minutos antes do acidente.
Queria doar as roupas de Wagner Miguel, filho de 1 ano e 3 meses, que morreu há um mês de dengue hemorrágica. O coletivo invadiu o local logo depois.
“Ela só queria doar as roupinhas. A Tatiana estava de costas. Só deu tempo de avisá-la e empurrar a senhora que segurava o bebê”, contou a tia de Ana Paula, Nanci Bonfim, 63. “Estou abalado. É muito drama”, disse o marido de Ana, Wagner Lemos, 30.
Desesperado, o marido de Tatiana, Wladimir Marques Mendes, 24, quer justiça: “Minha avó e outras pessoas viram o ônibus invadindo a calçada. Não consigo mais falar, acabei de vê-la em coma”.
“Os médicos disseram que pode ter morte cerebral. Vamos processar a empresa”, declarou Camila Ferreira, 22. Tatiana tem quatro filhos: Helder, de 3 meses, Wallace, 3 anos — internado —, Wellington, de 6 anos ; e Samanta, 9 anos.
Motorista serár indiciado
O delegado da 28ª DP (Campinho), Geovan Omena vai indiciar o motorista Hilderando Nascimento, 41, por lesão corporal dolosa.
“Ele estava em alta velocidade, passou por mureta de concreto e atropelou as pessoas”, disse. O exame prévio de alcoolemia não indicou uso da substância pelo condutor.
A família de Tatiana acusa a empresa Rubanil de oferecer suborno: “Ofereceram R$ 2 mil para não abrirmos a boca. Nada vale a vida dela”, disse Camila. A empresa negou. Veja o vídeo com o desabafo de Camila
“Ele estava em alta velocidade, passou por mureta de concreto e atropelou as pessoas”, disse. O exame prévio de alcoolemia não indicou uso da substância pelo condutor.
A família de Tatiana acusa a empresa Rubanil de oferecer suborno: “Ofereceram R$ 2 mil para não abrirmos a boca. Nada vale a vida dela”, disse Camila. A empresa negou. Veja o vídeo com o desabafo de Camila
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