Rio -  Para tentar salvar seu cliente de possível condenação pelo assassinato e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno de Souza, a defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apostou nesta segunda-feira na desconstrução da acusação.
Os três defensores passaram boa parte do primeiro dia do julgamento dele, no Fórum de Contagem (MG), questionando provas do processo e usando manobras para adiar novamente a sessão, remarcada desde novembro.
Mas a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues bateu o martelo: indeferiu os pedidos da defesa, alegando que todos as questões estavam "ultrapassadas".
Foto: João Godinho / O Tempo / Agência O Dia
Bola é por cercado por advogados, que garantem: ele não confessará | Foto: João Godinho / O Tempo / Agência O Dia
No júri, o advogado Ércio Quaresma, mais uma vez, interpretou papel polêmico: o defensor usou de todos os artifícios para atrasar os trabalhos. O julgamento, que começou 1h30 após o previsto, somente às 15h20 teve escolhido seu conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres.
Quaresma fez longas preliminares, travou discussões com o promotor Henry Vasconcelos e expôs em plenário objetos que causaram estranheza aos jurados.
Mas o principal recurso da defesa é questionar o inquérito policial. Quaresma chegou a dizer que o procedimento era uma fraude e confrontou a primeira testemunha, a delegada Ana Maria dos Santos, que participou da investigação, indagando o porquê de o policial civil José Lauriano, o Zezé, não ter sido indiciado.
Zezé está sendo investigado à parte. As investigações apontam que Zezé fez diversas ligações para os acusados na época da morte da ex-modelo, além de ter se comunicado e emprestado dinheiro a Bola no dia do crime, 10 de junho de 2010.
Outro advogado de Bola, Fernando Magalhães afirmou que o acusado só estava nobanco dos réus porque seria ‘inimigo do delegado Edson Moreira’, que presidiu as investigações.
Bola chegou a acompanhar parte do julgamento na sala do júri e escreveu bilhete que foi entregue à defesa. A filha dele, Middian Kelly, chegou ao Fórum usando camisa com foto de rottweilers. Em uma versão do caso, partes do corpo de Eliza teriam sido servidas aos cães.