Rio -  Dezenas de manifestantes protestaram nesta terça-feira de forma pacífica contra o reajuste da tarifa das Barcas — de R$ 4,50 para R$ 4,80 — nas estações de Araribóia, em Niterói, e na Praça 15, no Centro do Rio.

Usuários do transporte ficaram indignados com liminar obtida pela concessionária CCR Barcas que proibiu qualquer ato que ameace ou limite o direito de ir e vir dos passageiros. A decisão da juíza Simone Gastesi Chevrand, da 25ª Vara Cível da Capital, impôs multa de R$ 5 milhões pelo descumprimento da medida judicial.

O alvo da liminar foi o estudante de Direito, Rafael Costa, 18 anos, presidente do Movimento Sou Niterói. “Já esperava que a CCR e Justiça fossem fazer algo do tipo. É a terceira vez que acontece isso. Só não esperava que fosse comigo. Ano passado, cobraram R$ 3 milhões de um professor pelo mesmo motivo”, disse.
Protesto contra barcas na Praça Araribóia reuniu dezenas de usuários | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Protesto contra barcas na Praça Araribóia reuniu dezenas de usuários | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Segundo ele, o protesto foi organizado pela Comissão Especial de Transportes Aquaviários da Alerj, presidida pelo deputado Gilberto Palmares. “Na hora de cobrar do governo, são lentos. Para multar o usuário, fazem no dia seguinte”, criticou ele.

A ação foi proposta pela empresa diante da notícia de manifestação que seria realizada nesta terça-feira, quando entrou em vigor nova tarifa.

Segurando cartazes, os manifestantes chamaram a atenção para a situação das embarcações, com superlotação, filas quilométricas, atrasos diários e sujeira.

“Tem gente perdendo emprego no Rio porque é refém das barcas, com seus preços altos e serviços precários. O secretário Júlio Lopes, a Agetransp e o governador têm sido omissos”, acrescentou Rafael.

Mais confusão em Paquetá

Por causa da superlotação, cerca de 40 passageiros não conseguiram embarcar ontem pela manhã na Estação de Paquetá com destino à Praça 15. Em solidariedade, usuários que tinham entrado impediram a saída da embarcação.

A confusão provocou atraso de 50 minutos na travessia. A CCR Barcas colocou um segundo catamarã para acomodar os passageiros. A Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) abriu boletim de ocorrência par apurar.