Brasília -  A manutenção do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara será discutida hoje em reunião de líderes partidários. A assessoria do pastor descartou a possibilidade de renúncia.
A princípio, o PSC mantém o apoio ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, eleito no início de março, mesmo sob o efeito de declarações polêmicas contra homossexuais e negros feitas no passado. Sua decisão de proibir o acesso do público ao plenário de reuniões da comissão, aprovada pela comissão na semana passada, acirrou ainda mais os ânimos.
Manifestações contra e a favor de Feliciano têm ocorrido em todo o País. No domingo, houve protestos nas ruas do Rio de Janeiro e de Belém, pedindo que o deputado deixe o cargo.
Bate-boca
Nesta segunda-feira, houve novo bate-boca no Salão Verde da Câmara. Demilson Filho, que participava de uma sessão solene em homenagem à igreja evangélica Assembleia de Deus, saiu em defesa do pastor Marco Feliciano diante de um grupo de manifestantes contrários ao deputado.
"Pelo que eu conheço do pastor Marco Feliciano, ele está simplesmente sendo discriminado por ser pastor e evangélico, porque todo mundo, neste país, pode atacar um pastor”, disse Demilson. “Democracia é quando alguém pode falar, ser ouvido e se defender. Se ele errou, o pastor Marco Feliciano teve a humildade de pedir desculpas. Ele teve hombridade, uma coisa que poucas vezes se vê neste País."
A discussão continuou com Luiz Eduardo Sarmento, que se declara evangélico, mas discorda da postura do pastor deputado. "Mais uma vez estão colocando religião acima dos interesses da população e isso é errado. O Marco Feliciano está aqui como deputado e não como pastor, então, é um erro essa mistura que ele faz entre o templo dele e o Congresso”, afirmou. “Eu sou cristão e, inclusive, 274 pastores da igreja evangélica assinaram uma carta e estão se manifestando contra o Marco Feliciano.”
Sessões abertas
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira, um pedido formal para que todas as reuniões da Comissão de Direitos Humanos da Câmara voltem a ser abertas ao público. Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, as reuniões fechadas na Câmara representam a volta do "obscurantismo" e agridem a ordem jurídica nacional.