Rio -  A remoção de três famílias que moram no Horto Florestal, prevista para a manhã desta quarta-feira, tem levado ao desespero os moradores, cujas famílias estão fixadas no local há mais de um século.
O drama é de tal ordem que levou a adolescente Laura dos Santos Paiva, de 17 anos, a escrever um livro relatando como tem sido sua vida nos últimos meses. O irônico “Diário de uma Invasora” conta como é se transformar em vilã no local onde, há mais de cem anos, moram cinco gerações da família.
“Minha família está aqui há muito mais tempo do que os jornais, do que os políticos e de quem agora diz que somos invasores. É uma situação horrível. Se fosse verdade, tudo bem. Mas não é. Mas querem fazer com que seja”, desabafou Laura.
Laura Paiva, de 17 anos, escreveu um livro contando a história da família, que vive no Horto há cem anos | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Laura Paiva, de 17 anos, escreveu um livro contando a história da família, que vive no Horto há cem anos | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
presidente da Associação de Moradores e Amigos do Horto, Emília Maria de Souza, vai aguardar até os últimos instantes por uma decisão judicial que seja favorável à permanência das famílias na região.
“Vamos resistir à remoção. Pacificamente, mas vamos resistir em nome de nossos direitos. Estão descumprindo a Constituição para fazer uma limpeza social no local em nome da especulação imobiliária”, diz Emília.
Os moradores foram ao Ministério Público Estadual na segunda-feira. O subprocurador-geral de Direitos Humanos, Ertulei Laureano Matos, encaminhou oficio às autoridades recomendando que não haja violência esta manhã.