Estados Unidos -  Roger Ebert, o mais famoso e popular crítico de cinema dos Estados Unidos, morreu nesta quinta-feira (4), aos 70 anos. Resenhista do jornal "Chicago Sun-Times" desde 1967 e apresentador durante décadas do programa de TV "At The Movies", ele encontrou na internet o meio de continuar falando sobre filmes mesmo após perder a voz.
Imagem de arquivo mostra o crítico de cinema Roger Ebert | Foto: EFE
Imagem de arquivo mostra o crítico de cinema Roger Ebert | Foto: EFE
Na quarta-feira, Ebert afirmou que passaria por um tratamento de radioterapia, nova etapa da batalha contra o câncer que travava desde 2002. Quatro anos depois, após uma série de cirurgias, perdeu e parte da mandíbula e acapacidade de comer, beber e falar.
Nem por isso, deixou o trabalho. Ao contrário: voltou à ativa e manteve-se relevante no mundo cinematográfico com as resenhas publicadas no jornal e em seu site, além de uma popular conta no Twitter (com quase 600 mil seguidores). Conseguiu até voltar à televisão, usando uma prótese no queixo e recebendo convidados que liam suas resenhas.
"Meu blog se tornou minha voz", afirmou. "A maior parte das pessoas escolhe escreveu um blog. Eu precisava escrever um blog."
Tido como inspiração para muitos, ele recusou o adjetivo de “corajoso” durante uma entrevista por email à Associated Press em 2011. “Você joga com as cartas que tem”, escreveu. “Qual a escolha que tenho? Não sinto dor, aproveito a vida, por que deveria reclamar?”
Trajetória
Nascido em Urbana, no Estado de Illinois, Ebert começou a trabalhar no “Chicago Sun-Times” quando ainda estava na universidade. Em 1975 tornou-se o primeiro dos únicos três jornalistas que receberam o prêmio Pulitzer por crítica de cinema.
Autor de mais de 20 livros, é também o único crítico com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, que ganhou em 2005.
Sua popularidade com o público norte-americano se deve principalmente ao programa “At The Movies”, que apresentou primeiro com Gene Siskel e depois com Richard Roeper. Ele classificava os filmes com “thumbs”, ou dedões, que apontavam para baixo ou para cima. Se um longa ganhava “dois dedões para cima”, era altamente recomendado.
Em sua autobiografia, lançada em 2011, Ebert disse se considerar, antes de mais nada, um fã. “Vi inúmeros filmes e esqueci a maioria deles, espero. Mas me lembro dos que vale a pena lembrar e todos estão na mesma prateleira dentro da minha mente”, escreveu.
Ebert dizia não temer a morte. "Eu era perfeitamente contente antes de nascer, e penso na morte como a mesma coisa", afirmou, em entrevista em 2010. "Sou grato pelos dons da inteligência, amor, encantamento e riso. Não há como dizer que não foi interessante."


As informações são do iG