Estados Unidos -  O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que tomará "todas as medidas necessárias" perante as ameaças da Coreia do Norte, ao pedir contenção a esse país junto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com quem concordou em ressaltar que a crise na Síria está em um momento "crítico". Obama e o sul-coreano Ban se reuniram a portas fechadas no Salão Oval da Casa Branca e, em seguida, fizeram breves declarações aos jornalistas sem admitir perguntas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, cumprimenta o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, durante uma reunião no Gabinete oval na Casa Branca, em Washington, EUA | Foto: EFE
O presidente dos EUA, Barack Obama, cumprimenta o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, durante uma reunião no Gabinete oval na Casa Branca, em Washington, EUA | Foto: EFE
"Estamos de acordo em que chegou a hora de a Coreia do Norte colocar um fim no tipo de estratégia beligerante que vem adotando", afirmou Obama, ao enfatizar que fará o necessário para "proteger" o povo americano e os países aliados das ameaças nucleares da Coreia do Norte. Segundo o presidente americano, que se mostrou disposto a tentar resolver "diplomaticamente" as tensões com a Coreia do Norte, "ninguém quer ver um conflito na península coreana".
Ban, por sua vez, se declarou "profundamente preocupado" com a situação nessa península e pediu às autoridades norte-coreanas para "se absterem de fazer mais medidas provocativas". "Esperamos que todos os países, incluindo a China, que possam ter influência sobre a Coreia do Norte exerçam sua liderança e influência para que esta situação se resolva pacificamente", acrescentou Ban.
Os serviços de inteligência de Coreia do Sul e EUA continuam vigiando de perto os movimentos através das imagens via satélite com a ideia de que a Coreia do Norte poderia realizar um novo teste de mísseis antes do dia 15 de abril, dia no qual nasceu Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual líder.
Além disso, a agência de inteligência do Pentágono concluiu, pela primeira vez embora com "confiança moderada", que a Coreia do Norte tem capacidade de montar um míssil nuclear, segundo revelou nesta quinta-feira um congressista americano. Em relação à Síria, Obama admitiu que a crise humanitária nesse país "piorou" e acrescentou que Ban e ele compartilham a opinião de que se chegou a um "ponto de inflexão", a um momento "crítico".
"É importante realizar uma transição política efetiva na qual sejam respeitados os direitos de todos os sírios e, enquanto isso, é fundamental terminar com o "açougue" dirigido contra a população civil e os não combatentes", segundo o presidente americano.
Ban comentou que pediu a Obama que exerça "uma liderança mais forte" no trabalho conjunto com os parceiros dos EUA no Conselho de Segurança da ONU na busca de uma saída política ao conflito sírio. O Conselho de Segurança da ONU fracassou até agora em suas tentativas de condenação ao regime de Bashar al Assad, especialmente pelo veto exercido por China e Rússia.
Obama se mostrou reticente a uma intervenção militar na Síria e seu Governo está proporcionando unicamente assistência "não letal" aos grupos opositores e ajuda humanitária à população.
O secretário-geral da ONU enfatizou que, "infelizmente", a crise na Síria entrou em seu terceiro ano, com um saldo de mais de 70 mil mortos, mais de seis milhões de deslocados dentro do país e 1,3 milhão de refugiados em nações vizinhas.
Ban e Obama também falaram em sua reunião do Oriente Médio e o presidente americano afirmou que vê uma "boa oportunidade" para que Israel e os palestinos retornem às negociações de paz, paralisadas desde setembro de 2010. Segundo Ban, é preciso aproveitar "o impulso" gerado por causa da visita de Obama a Israel e aos territórios palestinos em março passado "para que a solução dos dois Estados possa ser aplicada com sucesso o mais rápido possível".
Por outro lado, os dois líderes abordaram a luta contra a mudança climática, depois que Obama prometeu no discurso de sua segunda posse presidencial em janeiro passado mais esforços nessa matéria. Ban adiantou que quer convocar os principais líderes mundiais para uma reunião em 2014 sobre a mudança climática que permita iniciar um processo para aprovar um tratado "legalmente vinculativo" na ONU "no final de 2015".

As informações são da EFE