São Paulo -  Gilson Kleina começa o quarto mês do ano, decisivo tanto na Libertadores quanto no Campeonato Paulista, sem ter um time definido. Algo que considera uma característica positiva. Para o treinador do Palmeiras, a troca constante da escalação e também da formação tática é um trunfo inovador no futebol brasileiro.

"Dentro de cada jogo, trabalhamos com uma estratégia. Estamos quebrando alguns paradigmas de que sempre tem que manter o time. Estamos usando todo o elenco", ressaltou. "Quem jogou lá fora sabe. Com o respeito entre eles, estamos criando uma equipe competitiva e um ambiente positivo. Isso é legal."

Baseando-se em uma tradição europeia, como diz, o técnico já usou variações do 4-4-2 e do 4-3-3, algumas vezes com pontas, outras com quatro volantes e atuando até semcentroavante. Kleina, porém, se contradiz, já que mantém o posicionamento só depois de resultados que considera positivos, e desfaz tudo após vexames, mostrando que, na verdade, não tem convicções em relação à tática do time.

Sobre o assunto, o treinador se considera alguém que busca formas de lidar com suas dificuldades. "No Palmeiras, tento sempre solucionar. Estamos demonstrando que cada um tem a sua oportunidade e fazendo uma equipe, um elenco. Daqui a pouco, todos estarão disponíveis e vamos fazer um time mais equilibrado", apostou.

Um problema recorrente do comandante é não ter desfalques só por lesões e suspensões. Dos dez reforços contratados na gestão do presidente Paulo Nobre, André Luiz, Rondinelly, Léo Gago e Leandro não podem atuar na Libertadores, sendo que os dois últimos estão impedidos de ser inscritos pelo clube até em próximas fases porque já atuaram na competição pelo Grêmio.Mas Kleina, mantido no cargo mesmo após perder por 6 a 2 para o Mirassol, não reclama da situação no primeiro grande clube de sua carreira. "O elenco do Palmeiras é equilibrado. O que é que, quando se muda, fica difícil encaixar as características. Não adianta eu fazer um esquema se a característica do jogador não é essa", comentou.

Por isso, nesta terça-feira, em jogo decisivo contra o Tigre pela Libertadores, é possível que o time, mais uma vez, não tenha centroavante, já que Caio é a única opção - Kleber está com tendinite no joelho direito.

"Não vou descartar, mas também não vou cravar, sei que os auxiliares do Tigre estão me ouvindo", disse Kleina depois da vitória sobre o Linense, no sábado, quando escalou basicamente reservas. "Precisamos colocar a bola no chão, ter dinâmica. A formação que colocarmos na terça-feira vai dar certo", apostou.

Mas o sucesso não depende só da estratégia de seguir com time indefinido. O técnico ainda precisa torcer para que Henrique, em recuperação de lesão na coxa direita, tenha condições de entrar em campo. Há esperança até na escalação de Kleber. "Vou focar no jogo, torcer que as coisas possam acontecer", comentou o treinador.