Simone Ronzani: Chamem as crianças!
— Eles são craques de quê, mamãe?
Ali, precisei mostrar a ele que, na verdade, aquelas pessoas não faziam algo digno de consagração, de craques, e, sim, que uma droga pesada os resumia a usuários superdependentes e alucinados.
— Ué?! Mas ela não tem prioridade?!
Quando eu era criança, na época do DOS e Carta Certa, as pesquisas eram feitas na Barsa, as rádios só tinham programação musical, a televisão (aquela da caixa grande que ainda esquentava para pegar no tranco) tinha horário certo para ser ligada e desligada. Internet? O que era isso? Tinha diário de papel, não existiam blog nem rede social, eu enviava cartas pelos correios e não tinha e-mail... Mas isso faz tempo. Ficou para trás.
Na Era Midiática, as informações ganharam velocidade, na emissão e na recepção, e controlar o processo de comunicação ficou impossível. Salvo se alguém optar por uma ilha deserta ou uma bolha.
‘Proteger as crianças’ ganhou outro significado. No lugar de dizer ‘Isso não é coisa para criança!’, precisamos, sim, dar a elas todas as informações requeridas. Vamos respondê-las sim, e de forma adequada. Vamos recontar!
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